sábado, 7 de março de 2009

Os 10 mandamentos dos motoristas

VATICANO - O gabinete do Vaticano emitiu os ´10 mandamentos´ para os motoristas nesta terça-feira, 19.junho. 2007.
1. Não matarás.
2. A estrada deve ser para ti um meio de conexão entre pessoas e não um
local com risco de vida.
3. Cortesia, sinceridade e prudência te ajudarão a lidar com eventos imprevistos.
4. Seja caridoso e ajude o próximo em necessidade, especialmente vítimas de acidentes.
5. Carros não devem ser para ti uma expressão de poder e dominação, e uma ocasião para pecar.
6. Caridosamente convença os jovens e os não tão jovens a não dirigir quando não estiverem em condições de fazê-lo.
7. Ajude as famílias de vítimas de acidentes.
8. Una motoristas culpados e suas vítimas, no momento oportuno, para que possam passar pela libertadora experiência do perdão.
9. Na estrada, protegeis os mais vulneráveis.10. Sinta-se responsável pelos outros
.

Por que a Santa Sé não abdica do seu estatuto diplomático

O jornal “Economist”, influenciado pelo laicismo anti-católico que hoje se alastra no Ocidente tentando eliminar a Igreja o catolicismo, propôs que a Santa Sé, isto é o Estado Pontifício, renunciasse ao estatuto diplomático, passando a “definir-se como a maior ONG do mundo”. (Agência Ecclesia - 09/08/2007)
O “ministro dos negócios estrangeiros” do Vaticano recusou a proposta do “Economist” e explicou as razões.
Numa entrevista ao quotidiano católico italiano “Avvenir”, o Arcebispo Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as relações com os Estados, defendeu o papel da diplomacia do Vaticano ao serviço da paz e dos direitos humanos, assumindo nomeadamente posições contra-corrente relativamente à cultura dominante.
“Não admira – declarou D. Mamberti – que se queira diminuir o eco da sua voz”. De fato, “desempenhando o seu próprio papel internacional, a Santa Sé está sempre ao serviço da salvação integral do homem, segundo o mandato recebido de Cristo”.
É sempre bom lembrar que a salvação de toda a cultura Ocidental, após a queda do Império Romano, em 476 sob o bárbaro Odoacro, só foi possível por causa da grande autoridade moral e religiosa da Igreja Católica. Sem a Igreja o mundo teria desabado de vez. A História que o diga; a Igreja sustentou o mundo Ocidental na sua pior hora, e agora querem descartar esta mãe…
D. Mamberti disse que “por detrás do convite a reduzir-se a uma ONG, para além da incompreensão sobre o estatuto jurídico da Santa Sé, existe também, provavelmente, uma visão redutiva da sua missão, que não é setorial ou ligada a interesses particulares, mas sim universal, abarcando todas as dimensões do homem e da humanidade”.
Cristo instituiu a Igreja, por isso ela não é uma simples ONG, uma simples Democracia, é muito mais; é o Corpo de Cristo, com a missão universal (católica) de salvar todos os homens; traze-los de volta para a Casa do Pai.
D. Mamberti colocou o dedo na raiz do problema: “É por isso que a ação da Santa Sé, no âmbito da comunidade internacional, é muitas vezes sinal de contradição, porque ela não cessa de elevar a sua voz em defesa da dignidade de cada pessoa e da sacralidade da vida humana, sobretudo do mais débil , assim como na tutela da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, para reivindicar o direito fundamental à liberdade religiosa e para promover entre homens e povos relações assentes sobre a justiça e a solidariedade”.
Esse mundo enlameado pelo pecado de uma sexualidade que só busca o prazer, de uma vida onde Deus foi substituído pelo dinheiro, poder e luxo, não suporta ouvir a voz da Igreja, como Herodes não suportava a pregação de S.João Batista, e o degolou no cárcere. Se fosse possível, os tiranos de hoje também degolariam a Igreja, como tentaram Stalin, Hitler, Lênin, e tantos ateus. Aqueles que querem estabelecer em todo o mundo a prática criminosa do aborto, da eutanásia, do bebê de proveta, das manipulações de embriões humanos, do homossexualismo como prática normal, etc… tentam de todas as formas enterrar a Santa Igreja de Deus.
Na referida entrevista, D. Mamberti mostra que a proposta do semanário inglês é “por uma compreensão pouco exata do lugar da Santa Sé na comunidade internacional, (incompreensão) que remonta aos inícios da própria comunidade internacional e se foi consolidando sobretudo no final do século XIX”.
Sabemos que o sonho dos racionalistas dos séculos XVIII e XIX, Renan, Harnack, Rousseaux, Nietsche, Shoppenhauer, e dos maçons, sempre foi o de eliminar a Igreja, calar a sua voz incômoda que denuncia o pecado e tudo que se levanta contra a pessoa humana e sua dignidade. Esquecem-se de que Cristo disse a Pedro que as portas do Inferno jamais prevaleceriam contra a Sua Igreja.
D. Mamberti ainda lembra que “com o desaparecimento dos Estados Pontifícios [1870], tornou-se cada vez mais claro que a personalidade jurídica internacional da Santa Sé é independente do critério da soberania territorial”.
Em 1870 o Estado Pontifício foi eliminado pelas armas violentas de Vitor Emanuel II, na guerra de unificação da Itália. Este Estado dirigido pelo Papa surgiu naturalmente das inúmeras doações de terras na Itália, que muitos príncipes e famílias cristãs doavam ao Papa, por acreditarem nele e na Igreja. EsseEstado durou cerca de 1000 anos, e o povo que nele vivia repetia a frase “é bom viver `a sombra do báculo”.
A partir de 1929, com o Tratado de Latrão, assinado pelo Papa Pio XI e Mussolini, o território da Igreja ficou reduzido a 0,55 km quadrados de terra; um pequeno sitio dentro de Roma. Deste pequeno “corpo” o Papa Pio XI, e todos os seus antecessores desde 1870, “prisioneiros do Vaticano”, não abriram mão, pois assim como Cristo teve um corpo humano para salvar o mundo, a Igreja precisa também de um “corpo” terreno para continuar a missão que o Salvador lhe confiou.
Portanto, a proposta indecorosa do “Economist” é maldosa e carregada de falsas intenções, entre as quais tentar calar a voz de Deus no mundo dos homens. Cabe a nós católicos, rejeitar toda proposta maligna deste tipo, por amor a Deus, a Igreja e aos homens.
Já tentaram afastar a Igreja da ONU, uma vez que esta se converte cada vez mais em um organismo anti-católico; mas o próprio Secretário Geral Kofi Anan, na época, rejeitou a proposta, em vista do papel importante que o Vaticano ocupa no concerto das nações. A Igreja não tem direito a voto na ONU, mas pelo seu passado e pelo seu presente, em beneficio da humanidade, ela tem direito a voz, como observador internacional. É a voz de Deus na decadente ONU.
Prof. Felipe Aquino –
www.cleofas.com.br

Mais dois prêmios Nobel na Academia Pontifícia das Ciências

Muitos não sabem, mas há vários prêmios Nobel que estão nas Academias de Ciências do Vaticano. O Papa Bento XVI acabou de nomear como membros da Academia Pontifícia das Ciências dois prêmios Nobel: o físico alemão Klaus von Klitzing e o químico taiwanês Yuan Tseh-Lee. (Zenit. org – Vaticano, 9 out 07)
Klaus von Klitzing (nascido em 1943) dirige desde 1985 o Instituto Max Planck de Ciências do Estado Sólido de Stuttgart. Foi premiado com o Prêmio Nobel de Física em 1985, graças a uma importante descoberta no campo da eletricidade, que permitiu a outros cientistas estudar com enorme precisão as propriedades de condução dos componentes elétricos.
Yuan Tseh-Lee (nascido em 1936) foi nomeado em 1974 como professor de química na Universidade de Berkeley (nos Estados Unidos). Em 1986 recebeu o Prêmio Nobel de Química pelo desenvolvimento da dinâmica de processos químicos elementares. Desde 15 de janeiro de 1994 é presidente da Academia Sinica, principal complexo de pesquisa científica e humanística da República da China.
A Academia Pontifícia das Ciências foi fundada em Roma em 1603 com o nome de Academia dos Linces (Galileu Galilei foi membro), e está composta por oitenta «acadêmicos pontifícios» nomeados pelo Papa a partir da proposta do Corpo Acadêmico, sem discriminação de nenhum tipo.
Tem como fim honrar a ciência pura onde quer que se encontre, assegurar sua liberdade e favorecer a pesquisa, que constitui a base indispensável para o progresso das ciências.
A Academia se encontra sob a dependência do Santo Padre. Seu presidente, eleito por quatro anos, é desde 1993 Nicola Cabibbo, professor de Física na UniversidadeLa Sapienza de Roma, e ex-presidente do Instituto Nacional Italiano de Física Nuclear.
A Academia Pontifícia das Ciências Sociais do Vaticano, tem 40 membros: dois terços são católicos ou cristãos, ortodoxos ou protestantes. Mas tem um terço que não é de católicos. Inclusive tem vários judeus. E entre os judeus que participam dos trabalhos dessa academia, três são prêmios Nobel de Economia. Um deles é Kenneth J. Arrow que ganhou o prêmio Nobel de 1972 por causa de uma teoria matemática em matéria econômica. O outro é um prêmio Nobel relativamente recente, se chama Joseph Stiglitz (2001). E o terceiro é Gary Becker, que é chefe da Escola Econômica de Chicago, foi colaborador de Milton Friedman (economista), que morreu recentemente.
Papa João Paulo II, em 24 de outubro de 2004, nomeou
dois cientistas, pioneiros da física, para membros da Academia Pontifícia das Ciências, do Vaticano: o professor americano William D. Phillips e o professor de origem indiana Veerabhadran (Ram) Ramanatham. William D. Phillips, nasceu em Wilkes-Barre (Pensylvania), é professor de Física na Universidade de Maryland e é líder do Grupo de esfriamento com laser da Divisão de Física Atômica do National Institute of Standards and Technology (NIST) de Gaithersburg (Estados Unidos). Em 1997 recebeu o Prêmio Nobel em Física.
Veerabhadran (Ram) Ramanathan, nascido em Chennai (Índia), é professor de ciências da atmosfera na Universidade da Califórnia (San Diego) e diretor do Centro para as Ciências da Atmosfera da Scripps Institution of Oceanography,La Jolla (Estados Unidos).
Quem pode dizer que a Igreja não se preocupa com a ciência?
Quem pode dizer que a fé é incompatível ou oposto à ciência?
Prof. Felipe Aquino –
www.cleofas.com.br

Reflexões da embaixadora norte-americana no Vaticano

Entrevista com Mary Ann Glendon


Por Irene Lagan

BOSTON (EUA), terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Enquanto o novo presidente, Barack Obama, embarca em sua missão de alinhar os Estados Unidos em uma nova direção, muitos dos embaixadores escolhidos pela ex-administração estão voltando para casa.

A embaixadora Mary Ann Glendon, que representou os Estados Unidos na Santa Sé, já retornou para Boston, onde é titular da cátedra Learned Hand de Direito na Havard University. A ex-embaixadora também resumirá seu trabalho como presidente da Academia Pontifícia de Ciências Sociais.

Nesta entrevista à Zenit, Glendon oferece algumas reflexões sobre seu trabalho em Roma, que durou cerca de um ano.

– Após representar o Vaticano por tantos anos, como foi representar os Estados Unidos na Santa Sé?

– Gledon: Como representante da Santa Sé nas Nações Unidas, eu estava envolvida em um tipo de trabalho com o qual nós, advogados, estamos acostumados – o direito focado em assuntos específicos, tais como metas de desenvolvimento e direitos humanos. O que tornou a posição de embaixadora para a Santa Sé especialmente fascinante para mim foi sua variedade. Praticamente todo dia esta função trouxe novas experiências e novidades por causa das preocupações do Vaticano, como as dos Estados Unidos, no âmbito mundial.

A Santa Sé tem relações diplomáticas com 177 nações; sua voz moral alcança quase todo canto da terra, e sua rede de paróquias, dioceses e colaboradores de ajuda humanitária a faz um extraordinário «posto de escuta». Muito do meu trabalho também envolveu «diplomacia pública» – falar e escrever sobre temas de preocupação comum para os Estados Unidos e para a Santa Sé.

E é claro que eu era responsável pela administração diária de uma pequena, mas muito movimentada embaixada. Para alguém como eu, que ensina no campo internacional, foi um grande privilégio ser capaz de adquirir em primeira mão um conhecimento sobre o Departamento de Estado dos Estados Unidos, dos Corpos Diplomáticos da Santa Sé e a arte da diplomacia como é praticada nestes tempos desafiadores.

– Quais foram suas maiores conquistas e desafios durante seu tempo como embaixadora?

– Glendon: Sinto-me muito afortunada por ter servido a nação em um momento em que as relações entre os Estados Unidos e a Santa Sé estavam especialmente próximas, como evidenciou a histórica visita de Bento XVI aos Estados Unidos em abril de 2009 e a extraordinária hospitalidade mostrada ao presidente George Bush em sua visita ao Vaticano, em junho.

Não apenas o Papa e o presidente partilharam uma visão comum global dos assuntos culturais e sociais, mas houve uma forte correspondência entre as visões do governo americano e da Santa Sé sobre a importância de fortalecer o consenso moral global contra o terror (especialmente contra o uso da religião como uma justificativa para a violência); promover os direitos humanos (especialmente a liberdade religiosa); fomentar o diálogo inter-religioso; e combater a pobreza, a fome e doenças através de parcerias entre governo e instituições baseadas na fé.

Em nosso mundo cada vez mais independente, mas cheio de conflitos, é um desafio encontrar formas de levantar e reforçar aqueles que partilham valores. Mas uma excelente oportunidade para fazê-lo aconteceu neste ano, em que as relações diplomáticas entre os EUA e a Santa Sé completaram 25 anos, com o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Desde que a Declaração expressa tantos ideais para os quais os EUA e a Santa Sé estão dedicados, a conjunção daqueles aniversários ofereceu muitas ocasiões de explorar e expandir um terreno comum. Desta forma, consegui que nossa embaixada patrocinasse uma série de conferências sobre vários aspectos dos direitos humanos. Estou feliz por dizer que foram muito bem frequentadas – e acredito que ajudaram a aprofundar no relacionamento bilateral enquanto conseguir novos públicos com as mais altas e melhores tradições da América.

– Você mencionou que uma prioridade seria destacar o tema dos direitos humanos. Ao deixar seu atual cargo, qual sua perspectiva no que diz respeito aos direitos humanos no âmbito global?

– Glendon: Analisando o mundo contemporâneo, ninguém pode negar que a luta pela liberdade humana e a dignidade têm um longo caminho a ser trilhado. Mas o movimento dos direitos humanos que iniciou na segunda metade do século 20 tem conquistas impressionantes a seu favor: desempenhou um importante papel na queda dos regimes totalitários no Leste Europeu e no apartheid na África do Sul; ajudou a destacar a publicidade sobre abusos que de outra forma teriam sido ignorados; e efetivamente desacreditou a idéia de que o tratamento dos cidadãos de uma nação cabe exclusivamente àquela nação. Como Bento XVI disse em seu discurso às Nações Unidas no ano passado, «direitos humanos estão sendo cada dia mais apresentados como uma linguagem comum e um substrato ético de relações internacionais».

Mas quanto mais a idéia dos direitos humanos tem mostrado seu poder, mais intenso tem se tornado a luta para capturar esse poder por vários outros fins, que não são respeitosos da dignidade humana. Os ideais dos direitos humanos estão sob constante assalto do relativismo cultural e filosófico, que nega que qualquer valor seja universal. Ao mesmo tempo, têm sido minados indiretamente, por uma escalada de demandas por novos direitos, pela propagação de abordagens seletivas ao núcleo comum dos direitos básicos, por interpretações muito individualistas dos direitos, e por esquecimento da relação entre direitos e responsabilidades.

– Em seus encontros com Bento XVI, o que foi mais memorável?

– Glendon: Certamente, eu jamais esquecerei a visita de Bento XVI aos Estados Unidos, tão cheia de momentos e imagens marcantes, com cada discurso repleto de esperança e encorajamento; e o tão perfeitamente atencioso às pessoas às quais ele se dirigia. Depois de passar um ano em Roma, também me lembrarei de momentos silenciosos que foram especialmente reveladores do caráter pastoral desse homem sábio e gentil, seu dom de falar sobre Deus com crianças e jovens, e suas palavras paternas aos recém-ordenados sacerdotes.

A Verdade e a Caridade

A verdade é a caridade são duas virtudes fundamentais para a nossa salvação. Uma não pode ser vivida sem a outra, desprezando a outra, pois uma perde o seu valor se não observar a outra. Sem verdade não há verdadeira caridade e não pode haver salvação.
São Paulo disse que “a caridade é o vínculo da perfeição” (Col 3, 14); “A ciência incha mas a caridade edifica” (1Cor 8,1); “A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei” (Rom 13, 10); “Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade” (1 Cor 16, 14); “Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4, 15)
São Paulo mostra a excelência da caridade: “Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1 Cor 13, 2).
Se “Deus é amor”, como disse São João, da mesma foram Ele é a Verdade. “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6). O Antigo Testamento atesta: Deus é fonte de toda verdade (Pr 8,7; 2Rs 7,28). Sua Palavra é verdade. Deus é “veraz” (Rm 3,4). Em Jesus Cristo, a verdade de Deus se manifestou plenamente. “Cheio de graça e verdade” (Jo 1,14), Ele é a “luz do mundo” (Jo 8,12). “Para que aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12,46).
São Paulo disse a S. Timóteo que “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. O nosso Catecismo afirma com todas as letras: “A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro do seu anseio levando-lhes a mesma verdade.” (§851)
“A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15); Paulo deixa claro para Timóteo. Sem a Igreja o edifício da verdade não para de pé. Por isso recomenda ao seu precioso bispo que guarde com zelo o bom “depósito da fé” (fidei depositum). “Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós.” (II Timóteo 1,14).
O mesmo recomenda ao bispo S. Tito: “… firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem.” (Tito 1,9) .“O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina.” (Tito 2,1). “… e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade” (Tito 2,7).
Sem esta “sã doutrina” não existe salvação. Quando Jesus terminou o discurso… “a multidão ficou impressionada com a sua doutrina” (Mt 7,28). E ele recomendava: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas”. (Mt 11,29)
Os discípulos viviam segundo esta verdade de Deus. “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações”. (At 2, 42)
Jesus mostrou toda a força da verdade. “Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.” (Jo 3, 21)
“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade (Jo 4, 23-24). Por isso a Igreja ensina a “lex credendi, lex orandi” (como se crê se reza). “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,23).
Jesus mostrou o perigo de se desviar da verdade, porque a mentira vem do Mal: “Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8,44)
Muitos não quiseram ouvir a verdade de Jesus,como hoje: “Mas eu, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem de vós me acusará de pecado? Se vos falo a verdade, por que me não credes? (Jo 8,46)
Jesus mostrou aos discípulos na última Ceia, que o Espírito Santo é a fonte da Verdade; e é Ele que conduzirá a Igreja `a “plenitude da verdade” em relação à doutrina.“É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.’ (Jo 14, 17)
“Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15, 26). “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13).
A verdade de Jesus santifica: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17,17). “Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade” (Jo 17,19). Por tudo isso, Jesus veio ao mundo para dar testemunho da verdade: “Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18,37).
Muitos querem apenas o “Deus que é Amor”, mas se esquecem do Deus que é também a Verdade. Esta é uma “porta estreita ” que muitos não querem entrar, mas é a “porta da vida”. (Mt 7,13). A Igreja é muitas vezes criticada exatamente porque não abre mão da verdade. Não aceita fazer a caridade sem observar a verdade. Paulo VI disse que o mal do mundo é “propor soluções fáceis para problemas difíceis”. São soluções que não resistem a uma análise ética e moral porque não respeitam a verdade revelada.
Santo Agostinho recomendava com sua sabedoria e santidade: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade”.
A verdade norteia o bom uso da caridade, para que ela não se desvirtue. Não se pode “fazer o bem através de um fim mal”, ensinava S. Tomas de Aquino. Não se pode, por exemplo, usar o narcotráfico para arrecadar fundos para a caridade. Não se pode usar uma “camisinha” para evitar a AIDS ou fazer contracepção, porque o meio é mau. Não se pode promover a justiça através da luta de classes, do desrespeito às leis. Os fins não justificam os meios. E isto acontece quando a caridade é vivida sem observar a verdade.
Sem a verdade a caridade é falsa, e não pode haver salvação.
Prof. Felipe Aquino –
www.cleofas.com.br

Bobos felizes? - Dom Pedro José Conti

O habito não faz o monge”, diz o provérbio, mas sem dúvida chama um pouco, ou muita, atenção. Talvez uma criança curiosa tenha nos incomodado com perguntas inocentes querendo saber: por que aquela pessoa estava vestida daquele jeito? Claro que podemos sair da pergunta com uma resposta curta e grossa: é uma freira, é um frei. E se a criança insistir, querendo saber mais, saberíamos responder à altura e com gosto? Ou nos esconderíamos atrás do banal “deixa pra lá”, equivalente a não saber ou ao não querer responder?
Tenho certeza: digam o que quiserem, finjam não ver, ignorem a presença deles e delas, mas os religiosos e as religiosas chamam atenção. Não porque queiram isso. Mas, ou por usarem o hábito, ou pelo jeito, obrigam-nos a perguntar porque eles e elas escolheram aquela forma de viver. Por quê?
Insisto sobre os questionamentos pelo fato de a vida religiosa também ter mudado. A freira que anda pelas casas do bairro pobre, é formada em pedagogia e está estudando ciências sociais. O monge, que abre a porta do convento e acolhe os mendigos, é mestre em letras pela PUC de São Paulo. O frei que anda de bicicleta, evitando os buracos e a lama da periferia, é advogado. A irmãzinha, que cuida da creche, é enfermeira diplomada e continua estudando medicina de noite. O irmão, que está no acampamento dos sem-terra, é doutor em teologia. E assim poderíamos continuar.
Quem tem uma imagem dos irmãos e das irmãs como de “coitadinhos” meio perdidos e fora do tempo, está muito enganado. Não somente porque eles e elas, hoje, estudam mais, mas porque continuam sabendo muito bem o que querem. Eles têm um grande projeto de vida. Querem ser felizes vivendo o Evangelho. Querem contribuir com a sociedade de hoje, seguindo as pegadas de Jesus Cristo.
Se a vida religiosa podia parecer, no passado, um refúgio para ter uma “certa” tranqüilidade, ou uma fuga por medo das coisas perigosas do mundo, hoje é exatamente o contrário. Vida religiosa não é para pessoas fracas. É cada vez mais exigente. O celibato para o Reino de Deus e a virgindade consagrada, dizem, são coisas para sexualmente frustrados. A pobreza é considerada excesso de loucura e inaptidão administrativa. A obediência, uma inútil inibição dos projetos pessoais, uma afronta à liberdade individual. Essas coisas são bobagens, claro, mas só para os acomodados, os que ficam alucinados e iludidos pelas coisas do mundo, para os que adoram encontrar defeitos nos outros e só sabem criticar. Por isso, a vida religiosa sempre será questionada e sempre chamará atenção. O caminho é difícil e a porta estreita. É preciso empurrar para entrar, não é para todos.
Se não entendemos tudo isso, ou não sabemos responder bem às perguntas acima, tenhamos ao menos o bom senso de não falar à toa e, quem sabe, aprendamos a agradecer a essas pessoas, que pagam com a própria vida as suas escolhas. Se não fosse assim, a Irmã Dorothi não teria morrido. O Padre Bossi, do PIME, não teria sido seqüestrado, lá nas Filipinas. Os religiosos e as religiosas podem ter muitos defeitos, como todos, mas não são nem bobos e nem ingênuos.
A chamada crise da vida religiosa pode ser pela quantidade, com certeza não é pela qualidade. Talvez aos jovens, hoje, falte coragem. Estão sendo vencidos pelo medo de seguir, até o fim, o projeto de Jesus. Sentem medo de parecer diferentes ou de incomodar aos outros; de começar a mudar a história, mudando a própria vida. Por isso Jesus repetiu tantas vezes aos discípulos: não tenham medo… E o repete ainda em nossos dias. Para nós todos.

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

Você entende o que é o Mistério da Redenção?

O ponto central da fé cristã é a Redenção, realizada por Jesus através de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E o Se­nhor quis perpetuar a celebração da nossa Redenção pela san­ta Missa. “Eis o mistério da fé”, o sacerdote diz após a Consagra­ção, quando então o Calvário vivo se renova sobre o altar, em­bora de maneira incruenta. E o Senhor que continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares.
Jesus veio ao mundo, assumindo nossa natureza, para res­gatar-nos da escravidão do pecado, do sofrimento e da morte eterna. Fazendo-se homem, Ele estava em condições de salvar o homem.
Mas, em que consiste essa salvação? Parece-me que esse é um ponto mal esclarecido e pouco ensinado aos fiéis, o que faz com que a maioria, infelizmente, não chegue a compreender bem o verdadeiro “mistério da fé” e não possa saborear com entusiasmo as riquezas de nossas celebrações litúrgicas, especialmente as do tempo pascal.
A Tradição e o Magistério da Igreja nos asseguram que o homem foi criado por Deus, por amor, para ser plenamente feliz n’Ele (cf. Cat §1). Mas, com o pecado original - pecado de desobe­diência e de soberba - o homem perdeu a vida divina e os dons preter-naturais, principalmente a imortalidade. Com o peca­do, que não estava nos planos de Deus, entraram na vida do homem o sofrimento e a morte. São Paulo disse que: “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23) e que “o pecado entrou no mun­do, e pelo pecado, a morte, assim a morte passou a todos os homens” (Rom 5,12).
O pecado original é dogma de fé, e a Igreja combateu no século V, principalmente através de Santo Agostinho, a heresia do frade Pelágio (o pelagianismo), que negava a natureza de­caída pelo pecado original e, como conseqüência, a necessida­de da graça redentora de Cristo. Se não houvesse o pecado original, Cristo não precisaria ter morrido na cruz por nós. E por causa desse pecado que Santo Agostinho dizia: “O’ feliz culpa que nos fez receber um tão grande Salvador.”
O Catecismo da Igreja diz que: § 397 – “O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador (Gn 3,1-11) e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.” E mais: §389 – “A doutrina do pecado original é, por assim dizer, “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo. A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo.”
A melhor explicação para o entendimento do “mistério da Redenção”, encontrei nos Sermões sobre o Natal e a Epifania, de São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja (440-461), conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440), contem­porâneo de Santo Agostinho. Vou deixar que ele mesmo, com suas palavras inspiradas, nos ensine sobre nossa Re­denção. Começa dizendo:
“Gloriava-se o demônio porque o homem, enganado por seu ardil, estava privado dos dons divi­nos e, despojado da imortalidade, encontrava-se sujeito a uma dura sentença de morte; assim, tendo um companheiro de pre­varicação, encontrava algum alívio em seus males (…).”
Em seguida São Leão Magno afirma que a razão profunda no fato de Cristo ter querido nascer de uma virgem foi “a de ocultar ao demônio que a salvação nascera para os homens, a fim de que, ignorando a geração espiritual, não julgasse que havia nascido de modo diferente aquele que via semelhante aos outros. Notando que Sua natureza era igual a de todos, supunha que Sua origem fosse a mesma; e não percebeu que estava livre dos laços do pecado aquele que não encontrou isen­to da fraqueza dos mortais. Deus, que em Sua justa misericór­dia dispunha de múltiplas maneiras de restaurar o gênero hu­mano, escolheu esse meio de salvação que, para destruir a obra do demônio, não recorreria a Seu poder; mas ã Sua justiça. Pois o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu direito à tirania sobre os homens e oprimia com po­der não usurpado aqueles que havia seduzido, fazendo-os pas­sar voluntariamente da obediência aos mandamentos de Deus para a submissão à sua vontade. Era portanto justo que só per­desse seu domínio original sobre a humanidade sendo venci­do no próprio terreno onde vencera”.
E São Leão Magno continua: “Conhecendo o veneno com que corrompera a natureza humana, jamais (o demônio) jul­gou isento do pecado original aquele que, por tantos indícios, supunha ser um mortal. Obstinou-se pois o salteador impru­dente e cobrador insaciável em se insurgir contra aquele que nada lhe devia; mas, ao perseguir n’Ele a falta original comum a todos os outros homens, ultrapassa os direitos em que se apoi­ava, exigindo daquele em quem não encontrou vestígio de culpa a pena devida ao pecado. Fica portanto anulada a sentença (cf. Cl 2,14) do pacto mortal que ele havia maldosamente ins­pirado e, por ter exigido contra a justiça além do que era devi­do, todo o débito é cancelado. Aquele que era forte é amarra­do com seus próprios laços. (…) O príncipe deste mundo é acorrentado, são-lhe tirados seus instrumentos de captura (…) a morte é destruída por outra morte, o nascimento renovado por outro nascimento, porque ao mesmo tempo a redenção põe fim a nosso cativeiro, a regeneração transforma nossa ori­gem e a fé justifica o pecador.”
O pecado de cada homem e de toda a humanidade ferem a Majestade Infinita de Deus; então, não basta uma reparação de valor humano para reparar a Justiça Divina. Não havia um homem sequer que pudesse oferecer à Justiça Divina uma reparação suficiente. Então, o Filho de Deus se fez homem, se ofereceu para reparar diante dessa Justiça todo o pecado da humanidade. Deus é misericordioso, mas é Justo; e todo o mal precisa ser reparado; é uma exigência de Sua Justiça. Não é Deus quem exige o Sacrifício do Filho ùnico e amado, mas a Justiça divina sobre a qual mundo foi criado.

A Carta aos Hebreus explica isso: “Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade (Sl 39,7ss). Disse primeiro: Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais). Em seguida, ajuntou: Eis que venho para fazer a tua vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia. Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo. Enquanto todo sacerdote se ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados, Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus.” (Hebreus 10,5-12).
Prof. Felipe Aquino –
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Você entende o que é o Mistério da Redenção?

O ponto central da fé cristã é a Redenção, realizada por Jesus através de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E o Se­nhor quis perpetuar a celebração da nossa Redenção pela san­ta Missa. “Eis o mistério da fé”, o sacerdote diz após a Consagra­ção, quando então o Calvário vivo se renova sobre o altar, em­bora de maneira incruenta. E o Senhor que continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares.
Jesus veio ao mundo, assumindo nossa natureza, para res­gatar-nos da escravidão do pecado, do sofrimento e da morte eterna. Fazendo-se homem, Ele estava em condições de salvar o homem.
Mas, em que consiste essa salvação? Parece-me que esse é um ponto mal esclarecido e pouco ensinado aos fiéis, o que faz com que a maioria, infelizmente, não chegue a compreender bem o verdadeiro “mistério da fé” e não possa saborear com entusiasmo as riquezas de nossas celebrações litúrgicas, especialmente as do tempo pascal.
A Tradição e o Magistério da Igreja nos asseguram que o homem foi criado por Deus, por amor, para ser plenamente feliz n’Ele (cf. Cat §1). Mas, com o pecado original - pecado de desobe­diência e de soberba - o homem perdeu a vida divina e os dons preter-naturais, principalmente a imortalidade. Com o peca­do, que não estava nos planos de Deus, entraram na vida do homem o sofrimento e a morte. São Paulo disse que: “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23) e que “o pecado entrou no mun­do, e pelo pecado, a morte, assim a morte passou a todos os homens” (Rom 5,12).
O pecado original é dogma de fé, e a Igreja combateu no século V, principalmente através de Santo Agostinho, a heresia do frade Pelágio (o pelagianismo), que negava a natureza de­caída pelo pecado original e, como conseqüência, a necessida­de da graça redentora de Cristo. Se não houvesse o pecado original, Cristo não precisaria ter morrido na cruz por nós. E por causa desse pecado que Santo Agostinho dizia: “O’ feliz culpa que nos fez receber um tão grande Salvador.”
O Catecismo da Igreja diz que: § 397 – “O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador (Gn 3,1-11) e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.” E mais: §389 – “A doutrina do pecado original é, por assim dizer, “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo. A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo.”
A melhor explicação para o entendimento do “mistério da Redenção”, encontrei nos Sermões sobre o Natal e a Epifania, de São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja (440-461), conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440), contem­porâneo de Santo Agostinho. Vou deixar que ele mesmo, com suas palavras inspiradas, nos ensine sobre nossa Re­denção. Começa dizendo:
“Gloriava-se o demônio porque o homem, enganado por seu ardil, estava privado dos dons divi­nos e, despojado da imortalidade, encontrava-se sujeito a uma dura sentença de morte; assim, tendo um companheiro de pre­varicação, encontrava algum alívio em seus males (…).”
Em seguida São Leão Magno afirma que a razão profunda no fato de Cristo ter querido nascer de uma virgem foi “a de ocultar ao demônio que a salvação nascera para os homens, a fim de que, ignorando a geração espiritual, não julgasse que havia nascido de modo diferente aquele que via semelhante aos outros. Notando que Sua natureza era igual a de todos, supunha que Sua origem fosse a mesma; e não percebeu que estava livre dos laços do pecado aquele que não encontrou isen­to da fraqueza dos mortais. Deus, que em Sua justa misericór­dia dispunha de múltiplas maneiras de restaurar o gênero hu­mano, escolheu esse meio de salvação que, para destruir a obra do demônio, não recorreria a Seu poder; mas ã Sua justiça. Pois o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu direito à tirania sobre os homens e oprimia com po­der não usurpado aqueles que havia seduzido, fazendo-os pas­sar voluntariamente da obediência aos mandamentos de Deus para a submissão à sua vontade. Era portanto justo que só per­desse seu domínio original sobre a humanidade sendo venci­do no próprio terreno onde vencera”.
E São Leão Magno continua: “Conhecendo o veneno com que corrompera a natureza humana, jamais (o demônio) jul­gou isento do pecado original aquele que, por tantos indícios, supunha ser um mortal. Obstinou-se pois o salteador impru­dente e cobrador insaciável em se insurgir contra aquele que nada lhe devia; mas, ao perseguir n’Ele a falta original comum a todos os outros homens, ultrapassa os direitos em que se apoi­ava, exigindo daquele em quem não encontrou vestígio de culpa a pena devida ao pecado. Fica portanto anulada a sentença (cf. Cl 2,14) do pacto mortal que ele havia maldosamente ins­pirado e, por ter exigido contra a justiça além do que era devi­do, todo o débito é cancelado. Aquele que era forte é amarra­do com seus próprios laços. (…) O príncipe deste mundo é acorrentado, são-lhe tirados seus instrumentos de captura (…) a morte é destruída por outra morte, o nascimento renovado por outro nascimento, porque ao mesmo tempo a redenção põe fim a nosso cativeiro, a regeneração transforma nossa ori­gem e a fé justifica o pecador.”
O pecado de cada homem e de toda a humanidade ferem a Majestade Infinita de Deus; então, não basta uma reparação de valor humano para reparar a Justiça Divina. Não havia um homem sequer que pudesse oferecer à Justiça Divina uma reparação suficiente. Então, o Filho de Deus se fez homem, se ofereceu para reparar diante dessa Justiça todo o pecado da humanidade. Deus é misericordioso, mas é Justo; e todo o mal precisa ser reparado; é uma exigência de Sua Justiça. Não é Deus quem exige o Sacrifício do Filho ùnico e amado, mas a Justiça divina sobre a qual mundo foi criado.

A Carta aos Hebreus explica isso: “Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade (Sl 39,7ss). Disse primeiro: Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais). Em seguida, ajuntou: Eis que venho para fazer a tua vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia. Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo. Enquanto todo sacerdote se ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados, Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus.” (Hebreus 10,5-12).
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Uma cruzada pelo ateísmo?

A Edição 443 - 13/11/2006 - da revista Época trouxe uma reportagem (A Igreja dos novos ateus) sobre um grupo de cientistas ateus que partiram para uma “cruzada contra a fé” no mundo, entre eles o filósofo americano Daniel Dennett, que se diz um ateu convicto. É um dos mais eminentes líderes do Novo Ateísmo, uma espécie de religião dos não-crentes, que prega o fim da influência de Deus na vida moderna. Dezenas de livros são lançados por cientistas influentes que se dizem ateus, três deles estão causando mais impacto. De acordo com a Associação Americana dos Livreiros, em 2005 as obras que se enquadram na categoria “céticos e ateus” registraram o maior crescimento da História e o segundo maior entre os gêneros catalogados. O primeiro é do zoólogo britânico Richard Dawkins, um dos mais conhecidos pesquisadores do evolucionismo; ele publicou em setembro o livro “The God Delusion” (A Ilusão de Deus). Outro livro é do neurocientista americano Sam Harris, “Letter to a Christian Nation” (Carta a uma Nação Cristã), uma espécie de desafio à fé cristã, amparado em uma crítica racional da religião. Outro é de Dennett, “Breaking the Spell”.A “Sociedade dos Céticos” edita uma revista mensal com a quinta maior tiragem entre as publicações especializadas do país. Na televisão, a dupla de mágicos Penn Jillette e Raymond Joseph Teller desmascara truques místicos e agora prega o ateísmo no programa Bullshit, no canal Fox News (exibido no Brasil pelo canal pago FX). Esta “cruzada” em favor do ateísmo, diz a reportagem, “é fruto da preocupação de parte da comunidade científica, em vista do avanço político de forças religiosas sobre o mundo laico na última década.” Vamos analisar as colocações desses cientistas ateus. Em primeiro lugar, acusam a religião de ser perversa e de fazer mal à humanidade. Os novos ateus condenam não apenas a crença em Deus, mas também o respeito pela crença em Deus. Ora, pode ser que algumas religiões sejam perversas, como por exemplo, a dos astecas no México que sacrificavam vidas humanas jovens aos deuses, e outras que pregam a violência como meio de sua expansão, ou outras que enalteçam o suicídio e o ódio; essas sim fazem mal ao mundo; mas não se pode generalizar. A Igreja Católica moldou paciente e fervorosamente a civilização ocidental moderna; em nome de Deus. Foi a única Instituição que ficou de pé depois da queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e soube fazer um paciente trabalho de educação dos bárbaros durante seis longos séculos. Em nome de Deus e da religião, a Igreja salvou o Ocidente da destruição bárbara. Basta ler o livro do historiador francês, Daniel Rops, prêmio da Academia Francesa de Letras, “A Igreja dos tempos bárbaros” (Ed. Quadrante, SP, 1991, 644 pgs.) para se conscientizar de que sem o trabalho da Igreja a nossa atual civilização não existiria como é. Foi a Igreja católica que, em nome de Cristo, colocou as bases da ciência, do Direito , da arquitetura, da música, da Arte, da economia, das letras, da astronomia, etc. Diz Daniel Rops que “O Ocidente não teria sido o que foi sem a fecunda obra das instituições monásticas” (DR, pg. 275). Sabemos que os monges copistas salvaram do desaparecimento as obras clássicas da literatura grega e romana. S. Bento de Nurcia com as centenas de mosteiros beneditinos, no século V, salvou a cultura do Ocidente, sem falar na gigantesca obra de caridade. Não havia escola, hospitais, asilos, hospícios, etc. que não fossem da Igreja. Ao lado de cada mosteiro surgia um povoado que depois se transformava em cidade. Camille Jullian escreveu que: “foi o episcopado que prestou à sociedade humana os serviços mais brilhantes” (DR, pg. 273); sem dúvida ele se referia a um S. Leão Magno que parou Ática, e depois Genserico, às portas de Roma para não a destruir, ou de S. Gregório Magno que soube cristianizar e educar os bárbaros em toda a Europa. Joseph Maistre afirmou que: “Os bispos construíram a França como as abelhas constroem a colméia” (idem, pg. 274). Enfim, diz Daniel Rops: “A Igreja, guiada por uma inspiração transcendente,… se constituiu no mais eficaz agente de salvaguarda da civilização” (Idem, 253). “A Igreja pode tornar-se a única força civilizadora da época, a única possibilidade que a luz teve de vencer as trevas da noite” (pg. 257) Este espaço é pequeno para podermos colocar toda a extensão da obra da Igreja. Nunca houve no mundo, em todos os tempos, uma Instituição que se dedicasse tanto a fazer caridade e o bem, especialmente aos velhos, doentes, viúvas, indigentes, órfãos e desamparados. Tudo em nome de Deus. Como então, esses ateus, contra o testemunho da História, que é ciência, ousam acusar levianamente todas as religiões e fazer o mal à humanidade. Quem faz e fez o mal a humanidade foi o ateísmo de Hitler, de Stalin, de Fidel Castro, de Mao-Tsé Tung, e de tantos outros carrascos que assassinaram mais de cem milhões de pessoas. E o denominador comum do pensamento deles era o ateísmo!… Outro ponto que eles alegam é que não se pode provar a existência de Deus. O grande trunfo desses cientistas que infelizmente não provaram quã doce é o Senhor!“, é dizer que as investigações sobre a origem do Universo não deixam lugar para a criação divina. Ora, não se pode pretender que a ciência, limitada a observar fenômenos materiais, seja capaz e instrumento adequado para avaliar a existência de Deus. Deus está além da Ciência, pois é seu criador. Se provar que Deus existe é difícil, muito mais difícil ainda é provar o contrário. Os físicos modernos chegaram ao Big-bang; a grande explosão que deu origem ao universo. E eles perguntam: o que há atrás do muro de Planck? Isto é, o que havia antes da grande explosão dessa massa e energia imensurável e inexplicável que tudo gerou. O que havia antes dela? Quem a fez?Marcelo Gleiser, físico que escreve na “Folha de São Paulo”, e vive nos EUA e se diz ateu, nos dá um resposta infantil e escorregadia, que jamais resistirá a uma análise científica, diz ele: “Nada, segundo os cosmologistas. Essa questão é tão sem sentido quanto perguntar o que há ao norte do Pólo Norte. Isso porque, antes da singularidade inicial, não havia o tempo. O tempo é uma medida de transformação da matéria. Antes de esse processo existir, o tempo não existia.” Penso que para Gleiser, seria sem sentido perguntar se alguém tem pai ou mãe. Ora, como do “nada” pode surgir o Cosmos? Como do nada pode surgir uma massa de densidade inimaginável cuja explosão dá origem ao mundo criado? Na verdade os físicos ateus, que não tem resposta para essa pergunta crucial, não têm a humildade suficiente para aceitar a existência de um Ser Supremo que tudo criou. Outra acusação leviana que esses ateus fazem é de que a religião atrapalha a ciência. Diz o sociólogo Maurício Martins, professor de Filosofia da Ciência na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, no Rio de Janeiro que “Nas últimas duas décadas, os pesquisadores se ressentem de que a religião começou a atrapalhar o progresso da ciência.” É preciso lembrar-lhes que quem fundou as primeiras universidades do mundo, Bolonha, Oxford, Paris (Sorbone), e muitas outras, foi a Igreja Católica; e seus monges e sacerdotes foram grande cientistas. Quantas universidades católicas existem hoje no mundo todo? A Igreja nunca foi contra a ciência, ao contrário; ela é contra o mau uso da ciência quando esta não respeita a dignidade humana, como no caso do clone, da manipulação genética de embriões, bebê de proveta, etc. Neste caso, a religião não está contra a ciência, está em defesa da pessoa. É preciso lembrar que se há um grupo de cientistas ateus, há uma multidão de cientistas crentes. Recomendo ler o meu livro “Ciência e Fé em harmonia”, (Ed. Cléofas, Lorena, 2005).Ainda hoje esses cientistas ateus repetem um velho chavão que é dito deste o século XVII, e que nunca ocorreu: Eles acreditam que no futuro a ciência possa ofuscar a fé. Não é uma crença nova. O biólogo inglês Francis Crick, que descobriu a estrutura do DNA, parecia crer que o fim das religiões seria iminente. Tanto que, em 1963, ofereceu 100 libras na Universidade de Cambridge para um concurso de ensaios. O tema: “O que fazer com as capelas do campus?”. O biólogo morreu em 2004, a tempo de ver completado o seqüenciamento do genoma humano. Mas as capelas do campus continuam lá. Por outro lado, os cientistas religiosos preferem harmonizar a fé e a razão. O geneticista Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Genoma Humano, que coordenou o trabalho internacional para mapear o DNA humano, disse: “Acredito que a força criadora de Deus fez tudo existir em primeiro lugar. Por isso, estudar o mundo natural é uma oportunidade para observar a elegância e a complexidade da criação divina”. Francis Collins, o cientista que coordenou o Projeto Genoma, é um dos maiores defensores da fé.

Movimentos religiosos alternativos

A Presidenta do Grupo de Pesquisa Sócio-religiosa de Milão, Roberta Grillo, publicou na Itália o livro «Cuidado com o lobo. Movimentos religiosos alternativos e seitas satânicas» («Attenti al lupo. Movimenti religiosi alternativi & sette sataniche», Edizioni Ares).
Para a autora do livro não se entra em um movimento religioso alternativo ou em uma seita sem um motivo; o fator desencadeante é com freqüência «uma falta de acolhida de um familiar, um amigo ou um educador». Para ela o «desejo de felicidade» é o fator que impulsiona muitas pessoas a buscarem aquele «algo que falta». “Às vezes foi a curiosidade ou o desejo de adquirir instrumentos que dêem poder, êxito… Sempre o desejo de alcançar a felicidade.” (MILÃO, 1º de março de 2007 - ZENIT.org)
Em seu livro, divide os movimentos segundo a New Age, a fonte islâmica, gnóstico-teosófica, mágico-ocultista e do potencial humano, e dedica um amplo capítulo aos grupos de fonte cristã, tanto aos provenientes do protestantismo como aos do catolicismo (sedevacantistas e movimentos fundados em revelações particulares). A autora afirma que não se pode ser cristão e praticar o Reiki. “Trata-se de uma espécie de energia universal, possuída antigamente pelos profetas e por Jesus Cristo. A pena é que ao invés de referir-se a Jesus Cristo, à Bíblia e aos Evangelhos, estes «terapeutas» tiram seu poder da espiritualidade budista e da doutrina dos «chakras», conhecida pela yoga e praticada pelo hinduísmo e pelo budismo. Proposto como instrumento positivo, útil para o bem-estar pessoal e dos outros, o Reiki é na realidade uma disciplina secreta nos símbolos e nos conteúdos, associada a terapias de saúde que não têm nenhum fundamento científico como a cristaloterapia e a astrologia terapêutica, a aromaterapia e a cromoterapia; mas também a floroterapia e inclusive a dança-energia, a energia vibracional e a musicoterapia. Não pode dar-se, portanto, «dupla pertença», que inclua adesão a este sistema panteísta, gnóstico e ocultista, diametralmente oposto ao cristianismo.”
Muitos católicos têm se envolvido com religiões e seitas que nasceram do hinduísmo e do budismo, de cunho panteísta e holista, usando inclusive suas técnicas na oração sem um correto discernimento. Gostaria aqui de fazer a advertência do Pe. Henry Van Staclen, licenciado em Direito, Doutorado em Filosofia (Cambridge), perito do Concílio Vaticano II:
“Não se pode reduzir a Yoga, o Zen e, menos ainda a Meditação Transcendental a simples técnicas de relaxamento. Mesmo se no nível psicológico, nervoso e fisiológico se verifica uma certa eficácia, isto se dá, na maioria dos casos, ao preço de graves bloqueios espirituais”.
Penso que isto seja uma séria advertência de uma autoridade que conheceu de perto na Índia e no Oriente essas religiões. Na verdade o católico não precisa buscar nada fora da Igreja, pois o Concilio Vaticano II garantiu que:
“Somente através da Igreja Católica de Cristo, auxílio geral de salvação, pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos também que o Senhor confiou todos os bens do Novo Testamento ao único Colégio apostólico, a cuja testa está Pedro, a fim de constituir na terra um só corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de alguma forma, pertencem ao povo de Deus.” (Unitatis Redintegratio, 3)
Jesus avisou desde o início, no Sermão da Montanha: “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes” (Mt 7,15).São Pedro também falou aos primeiros cristãos do perigo das “seitas perniciosas” e falsos profetas: “Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos doutores que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado. Movidos por cobiça, eles vos hão de explorar por palavras cheias de astúcia. Há muito tempo a condenação os ameaça, e a sua ruína não dorme” (2Pe 2,1-3).
Santo Agostinho nos ensina que os pregadores de heresias são dotados de inteligência privilegiada:“Não penses que as heresias são fruto de mentes obtusas. É necessário uma mente brilhante para conceber e gerar uma heresia. Quanto maior o brilho da mente, maiores as suas aberrações” .A história das heresias na vida da Igreja confirma o quanto S. Agostinho tem razão. Os hereges sempre foram “brilhantes” ao defender os seus erros, e por isso lograram grande êxito muitas vezes.As Cartas de S. Paulo, S. Pedro e S. João nos mostram o cuidado dos Apóstolos em preservar a “sã doutrina” (1 Tm 1,10). Paulo fala do perigo das “doutrinas estranhas” (1 Tm 1,3); dos “falsos doutores” (1 Tm 4, 1-2); e recomenda a S. Timóteo: “guarda o depósito” (1 Tm 6,20).São Paulo alertou a S. Timóteo, o seu bispo primeiro, de Éfeso, sobre essa ousadia dos “iluminados”:“O Espírito diz expressamente que nos tempos vindouros, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas diabólicas“ (1 Tim 4,1). “Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Tendo nos ouvidos o desejo de ouvir novidades, escolherão para si, ao capricho de suas paixões, uma multidão de mestres. Afastarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas?”(2 Tim 4,2-4).
É o que vemos hoje: “falsos profetas”, “doutrinas diabólicas”, “multidão de mestres”, milhares de “fábulas”… povo enganado.
São João, já no início do cristianismo alertava para o perigo das falsas doutrinas e falsos profetas:
“Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo. Nisto se reconhece o Espírito de Deus: todo espírito que proclama que Jesus Cristo se encarnou é de Deus; todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo.” (1Jo 4,1-3)
Se você quiser aprofundar neste tema pode ler nosso livro FALSAS DOUTRINAS, veja me
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Laicismo e totalitarismo

O laicismo é a imposição de uma visão de mundo” O professor Wambert Gomes Di Lorenzo - mestre e doutorando em Direito pela UFRGS, professor da faculdade de Direito da PUC-RS, Secretário do Instituto Jacques Maritain e diretor da Escola do Bem Comum da Arquidiocese de Porto Alegre - explicou a diferença entre a laicidade que é uma invenção do próprio cristianismo, e o laicismo, que é um movimento autoritário que tende ao totalitarismo. *** Wambert Di Lorenzo: O que me enche de esperança na vinda do Santo Padre é uma esperança que não deve ser só minha, mas é uma esperança que deve ser comum a todas as confissões cristãs e todas as religiões. Nós estamos enfrentando hoje um novo tipo de autoritarismo que responde pelo nome de laicismo. Ele é um travesti de liberalismo, ele se traveste de democracia e de liberalismo, mas no fundo é um movimento autoritário que tende ao totalitarismo. Entenda-se que laicismo é diferente de laicidade. Na laicidade temos a separação entre a Igreja e o Estado e isto é invenção do cristianismo e não há em nenhuma outra religião do mundo esta hipótese enquanto cerne da própria mensagem. Foi o próprio Jesus Cristo que disse: “daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Então quem inventou a separação entre a Igreja e o Estado não foi o liberalismo, foi a Igreja, primeiramente. Segundo, a laicidade propõe um Estado neutro, a separação entre a Igreja e o Estado e uma neutralidade religiosa do Estado. O laicismo, ao contrário, é uma ideologia de ódio a toda manifestação religiosa, de rejeição a toda e qualquer igreja e, em particular, a Igreja Católica e pretende a vedação dos espaços públicos a manifestações de cunho religioso. Vejam como isso é grave: todas as estatísticas demonstram que mais de 98% da população brasileira pratica religião. Existem menos de 1% e desses 1% uma cúpula intelectual desses 1% que querem governar toda a sociedade, fechando o debate público para o argumento religioso, por isto estamos diante de um movimento totalitário. Uma surdez e uma rejeição a priori de todo argumento religioso. Vejam que numa democracia, sobretudo numa democracia laica, eu tenho que ouvir todo e qualquer argumento e refutá-lo, se ele é lógico ou ilógico, se ele é bom ou ruim. Numa democracia eu jamais posso recusar um argumento a priori, eu posso refutá-lo, mas não recusar a priori. Eu tenho que ouvir o argumento do outro. Isso significa que qualquer argumento vai ser desautorizado se a origem dele for religiosa e este grande sofisma que estamos vivendo hoje reflete em discussões fundamentais, como o aborto e as células tronco. O grande sofisma qual é? É trazer para o campo da religião, o debate. Tivemos uma audiência pública no STF que não foi um debate religioso, foi um debate científico. O que ocorre é que as confissões religiosas têm todo o direito e toda a legitimidade para entrar neste debate porque nós estamos numa democracia. É por isso que o laicismo não é plural, tampouco democrata, pois o laicismo é uma imposição de uma visão de mundo que se serve e se traveste de liberalismo e democracia e por isso tenta silenciar as vozes de toda e qualquer confissão religiosa. Esse encontro para mim é um momento de muita alegria em que nós vamos dizer: estamos no debate e não vamos nos calar. Sobretudo quando no Brasil nós estamos presenciando um momento pavoroso em que se pretende aprovar leis que permitam o extermínio de pessoas humanas, o assassinato de crianças pela própria mãe a partir do argumento do conforto porque a lei já prevê o aborto terapêutico e em caso de estupro, agora é o aborto em nome do conforto, o assassinato em nome do conforto e do pseudo bem-estar. Isso é muito grave e isso não é religioso, isso é ético, isso é moral.

Retorno ao catolicismo

Presidente da Sociedade Teológica Evangélica retorna à Igreja Católica
WASHINGTON DC, 08 Mai. 07 (
ACI).- Francis Beckwith renunciou esta semana a seu cargo de Presidente da Sociedade Teológica Evangélica (ETS). O motivo: retornou à Igreja a Católica onde cresceu e que abandonou para abraçar o protestantismo.
Conforme sustenta em um blog, “não acredito que seja possível que a ETS conduza seu negócio e seus assuntos de forma que impulsione o Evangelho de Cristo, enquanto eu seja seu presidente. Por isso, desde em 5 de maio renuncio ao cargo de presidente da ETS e membro de seu comitê executivo”.
Beckwith relata que começou sua volta à fé em que cresceu, quando decidiu ler a alguns
bispos e teólogos dos primeiros séculos da Igreja. “Em janeiro, por sugestão de um amigo querido, comecei a ler aos Padres da Igreja assim como alguns trabalhos mais sofisticados sobre a justificação em autores católicos. Comecei a convencer-me que a Igreja primitiva é mais católica que protestante e que a visão católica da justificação, corretamente compreendida, é bíblica e historicamente defensável”.
O perito estava disposto a retornar à
Igreja Católica quando terminasse seu serviço como presidente em novembro do próximo ano. Entretanto, seu sobrinho de 16 anos pediu para ser seu padrinho de confirmação no próximo dia 13 de maio e por isso reconsiderou sua decisão.
Segundo Beckwith, “não podia dizer ‘não’ a meu sobrinho querido, que credita na renovação de sua fé em Cristo a nossas conversas e correspondência. Mas para fazê-lo, devo estar em total comunhão com a Igreja. Por isso, em 28 de abril passado recebi o sacramento da Confissão”.
Beckwith espera que sua partida permita à Sociedade Teológica Evangélica estudar a tradição da Igreja em uma forma que não seria possível com ele de presidente.
“Há uma conversa que deve realizar-se na ETS, uma conversa sobre a relação entre Evangelismo e o que se chama ‘Grande Tradição’, uma tradição da qual todos os cristãos podem traçar sua paternidade espiritual e eclesiástica. É uma conversação que eu recebo com agrado, e na espero ser participante. Mas minha presença na ETS como presidente, concluí, diminui as possibilidades de que ocorra esta conversa. Só exacerbaria a desunião entre cristãos que precisa ser remediada”.
O ex-presidente também enfatizou seu agradecimento a ETS. “Sua tenaz defesa e prática da ortodoxia cristã é que sustentou e nutriu a quem tenho encontrado nosso caminho de volta à Igreja de nossa juventude”.

Você sabe o que é Objeção de Consciência?

A faculdade mais importante que Deus deu ao homem é a sua consciência. É o lugar sagrado onde a pessoa se encontra a sós com ela mesma, e na presença de Deus. E a consciência diz a cada homem, independente de raça, nação, país ou época: “evite o mal, faça o bem”. É o que a filosofia chama de “direito natural”.Por isso, nenhuma sociedade pode impor algo ao indivíduo se isto for contra a sua consciência; pois violentar a consciência de uma pessoa é a maior agressão que ela pode sofrer.
Algo muito especial está ocorrendo na Espanha. O governo socialista e ateu de José Zapatero, quer impor às escolas do país uma disciplina obrigatória chamada “Educação para a Cidadania”, que violenta a moral e a consciência dos alunos e pais católicos. Por causa disso um belo movimento está surgindo em defesa da objeção de consciência por aqueles que não aceitam essa imposição indevida do estado espanhol, que tem tentado implantar um doentio laicismo, que acima de tudo quer fazer desaparecer o catolicismo.
A fonte de notícias Acidigital.com, em 21 de julho 2007, noticiou que um Colégio inteiro exerce seu direito à objeção de consciência ante a disciplina “Educação para a Cidadania”. O Observatório para a Objeção de Consciência (OOC) informou que todos os pais e mães de família do Colégio “Mater Salvatoris” apresentaram no total 841 objeções de consciência diante da citada disciplina, porque atenta contra a formação moral de suas filhas.
Nesse sentido, o Presidente do Foro Espanhol da Família (FEF), Benigno Blanco, informou que em julho “seguiram chegando ao FEF notificações de novas objeções de consciência frente à disciplina. Já é este o movimento de objeção de consciência mais numeroso da história européia depois da objeção frente ao serviço militar”.
O Foro Espanhol da Família (FEF), entidade membro do OOC, aconselhou aos pais de família objetar de consciência a disciplina porque contém objetivos, matérias e critérios de avaliação que afetam a formação moral dos alunos e os introduz na “peculiar visão ética da pessoa e da afetividade” dos governantes do momento.
O FEF recordou que decidir como se deve educar os filhos é um direito que só os pais possuem e que está garantido pela Constituição.
Do mesmo modo, afirmou que a objeção de consciência é um direito constitucional que permite defender os filhos “da contaminação ideológica por parte de estranhos”; já que com isso “um cidadão pode negar-se legitimamente a cumprir um mandato ou norma jurídica quando entra em conflito com as próprias convicções de consciência”. Explicou que não é uma desobediência à Lei, mas sim o exercício de um direito.
Por outro lado, em sua habitual carta semanal, o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, destacou, em 20-07-2007, que “os que sustentam o absolutismo do Estado na educação se situam fora do contexto constitucional e contra os direitos fundamentais”.
Quem desejar se inteirar melhor sobre a Objeção de Consciência, pode ver o site: www.objetamos.com

A DEGENERAÇÃO DOS VALORES MORAIS E ÉTICOS

Cardeal D. Eugenio de Araújo SalesArcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro24/08/2007
Há crises que surgem inesperadamente mas são passageiras. Outras, não. São duradouras e os males, profundos. As primeiras são superficiais. Entretanto, quando irrompem em conseqüência da fragilidade do corpo social, afetam os alicerces da sociedade.

O Brasil está imerso – e profundamente – em algumas situações que atingem o âmago da nacionalidade. Uma afeta a preservação da intocabilidade da vida e gera uma variedade de crimes contra a lei de Deus. Pode ser sintetizada no aborto e nas atitudes congêneres. A seguir a corrupção administrativa e assemelhados. Ambas surgem da ausência de Deus, do repúdio à Lei divina. Em outras palavras, o homem se coloca no lugar de Deus, com as conseqüências daí decorrentes.
No Brasil, ao lado de passos agigantados na direção do progresso, tomado como um todo, emergem notícias inquietantes que revelam a fragilidade por falta de alicerces éticos. A crise aguda foi precedida pelo anúncio de medidas que, se aprovadas, subtrairiam ao plano divino o arbítrio do homem: dentre estas, encontramos a descriminalização do aborto e a antecipação da morte do ancião, a união de homossexuais, entre outras. O ser humano tenta ocupar indevidamente o lugar do Criador.
O terremoto a que estamos assistindo no campo da política e a má utilização do dinheiro das entidades governamentais são conseqüências da degeneração do tecido formado pelos valores morais e éticos. Recordemos a enxurrada de fatos reveladores de uma grave situação nacional.
Em 1979, em Puebla, na 4ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, o documento conclusivo (nº 507-509) já advertia para os males que hoje afligem a sociedade e, de modo particular, o Brasil. Em nossos países “se experimenta o peso da crise institucional e econômica e claros sintomas de corrupção e violência. Esta é gerada e fomentada tanto pelas injustiças (…) como pelas ideologias que se convertem em meio para a conquista do poder”.
Na publicação do “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”, obra tão recente como importante, elaborada pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, lemos: “A relação entre moral e economia é necessária e intrínseca: atividade econômica e comportamento moral se compenetram intimamente”(nº 331). E no nº 332: “A dimensão moral da economia (…) constitui um fator de eficiência social da própria economia”.
No atual momento da vida brasileira é lamentável constatar-se tanto a corrupção administrativa como a falta de pudor na vida social e privada. Ambas formam um círculo vicioso. A malversação do dinheiro público destrói o próprio sentido da moral e, em conseqüência, atinge as estruturas familiares e a consciência do indivíduo. O respeito que se deve à Nação pede o castigo dos culpados. Ao lado da crise política assistimos ao avanço do roubo, da violência, da pornografia e ao desrespeito às crenças religiosas. Uma eficiente e maléfica atuação junto à opinião pública inibe os poderes constituídos, que já não ousam vetar as ofensas à Moral no campo dos espetáculos, das novelas e filmes. Para isso, confundem habilmente, através de um falso conceito de arte, a liberdade de manifestar as próprias convicções com o vilipêndio de valores éticos. Isto faz lembrar a insensatez de alguém, infectado por grave moléstia de fácil contágio, que exigisse – em nome de seu direito de ir e vir – misturar-se à multidão, apesar da certeza da transmissão da doença. Assim, pessoas deformadas no seu caráter, a quem apraz instilar seu mal, levam ao ridículo orientações, pessoas e objetos aceitos por outros membros da coletividade como sagrados e merecedores de respeito. Há os que ofendem até o Senhor Jesus, em livros ou programas televisivos.
Na homilia pronunciada na missa “Pro eligendo Romano Pontifici”, imediatamente antes de ser dado início ao último Conclave, o então Cardeal Decano do Colégio dos Cardeais, Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, abordou um assunto de grande importância, não só para o mundo, mas, de modo particular, para a nossa situação atual no Brasil. Na ocasião, afirmou:
“Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento (…). A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas, lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao coletivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4,14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar “aqui e além por qualquer vento de doutrina”, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades”.
E acrescentou: “Ao contrário, nós temos outra medida, o Filho de Deus, o verdadeiro homem. É Ele a medida do verdadeiro humanismo. “Adulta” não é uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade. Devemos amadurecer esta fé e assim guiar o rebanho de Cristo. E é esta fé, só esta fé que gera unidade e se realiza na caridade”.
Na homilia da missa do início de seu ministério de Pastor supremo da Igreja, no dia 24 de abril de 2005, o Santo Padre Bento XVI disse o seguinte: “Quero retornar a 22 de outubro de 1978, quando o Papa João Paulo II iniciou o seu ministério, aqui na Praça de São Pedro. Ainda e continuamente ressoam em meus ouvidos suas palavras de então: ‘Não temais! Abri, de par em par, as portas para Cristo!’”
Tanto o que estamos vendo nestes dias, em matéria de suborno e congêneres, como as notícias sobre supressão da vida do nascituro, o abortamento, nascem e se fortificam na mesma fonte. A raiz de um e outro é o relativismo. Que Deus ilumine os homens que nos governam e sejam fiéis ao rumo dado por São Paulo aos Efésios (4,14-16). Para combater o mal, faz-se mister uma vida cristã autêntica. A figura de Jesus Cristo nos fortalece nesses momentos de crise. O cristão deve alimentar a esperança.

A Igreja aceita a pena de morte?

Alguns leitores têm nos perguntado como interpretar o §2266 do Catecismo da Igreja que fala sobre a pena de morte e afirma: “… o ensinamento tradicional da Igreja reconheceu como fundamentado o direito e o dever da legítima autoridade pública de infligir penas proporcionadas à gravidade dos delitos, sem excluir, em caso de extrema gravidade, a pena de morte. ”
A Igreja, na prática, é contra a pena de morte; tanto assim que a cada caso de condenação nos EUA, o Papa pede clemência; aliás, tem pouco adiantado.
Como S. Tomás de Aquino a aceitava, em casos raros, na Idade Média, a Igreja não fechou a porta definitivamente para a possibilidade dela ser usada em “um caso de extrema gravidade”. Esse caso de “extrema gravidade” seria por exemplo comparado à legítima defesa, onde a sociedade não tivesse como se livrar do perigo de um assassino, de forma alguma, nem pela prisão perpétua. Na prática, isto parece não mais existir; especialmente por causa dos presídios de segurança máxima; o que faz a Igreja ser, na prática contra a pena de morte.
Uma prova clara disso, foi que quando da pena de morte aplicada a Sadam Hussein, o Vaticano foi contra a sua execução. A fonte de noticias
www.acidigital noticiou o seguinte:
O Vaticano reitera rejeição à pena de morte após execução de Saddam Hussein
VATICANO, 2006-12-30 (ACI).- A Santa Sé reagiu ao anúncio da aplicação da pena capital ao ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein, mediante um comunicado do Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, S.J., quem reiterou a posição da Igreja contra a pena de morte e auspiciou o início de um tempo de reconciliação e paz para o país.
“Uma execução capital é sempre uma notícia trágica, motivo de tristeza, inclusive quando este foi culpado de graves delitos”, diz a nota do Pe. Lombardi.“A posição da
Igreja católica, contrária à pena de morte, foi várias vezes reiterada”.
“A morte do culpado não é o caminho para reconstruir a Justiça e reconciliar à sociedade. Existe, pelo contrário, o perigo de que isto alimente o desejo de vingança e se semeie nova violência”, adiciona.O exposto acima deixa claro que a Igreja Católica é contra a pena de morte.
Prof. Felipe Aquino –
www.cleofas.com.br

A revisa VEJA (20.08.2007), noticiou em matéria da jornalista Juliana Linhares, que Sonia e Estevam Hernandes, “bispos” da Igreja “Renascer em Cristo”

Esta Carta é um dos mais antigos documentos que conta a vida dos primeiros cristãos; é de um autor desconhecido, que escreveu a Diogneto; é do século II. Em seguida, temos um trecho da Carta:
“Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a quem é devida; a reverência a quem é devida; a honra a quem é devida [Rom 13,7].
Os cristãos residem em sua própria pátria, mas como residentes estrangeiros. Cumprem todos os seus deveres de cidadãos e suportam todas as suas obrigações, mas de tudo desprendidos, como estrangeiros… Obedecem as leis estabelecidas, e sua maneira de viver vai muito além das leis… Tão nobre é o posto que lhes foi por Deus outorgado, que não lhes é permitido desertar” (5,5; 5,10;6,10).
Os cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela língua, ou pelos costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por idiomas estranhos, não levam vida extraordinária. Além disso, sua doutrina não encontraram em pensamento ou cogitação de homens desorientados. Também não patrocinam, como fazem alguns, dogmas humanos… Qualquer terra estranha é pátria para eles; qualquer pátria, terra estranha. Tem a mesa em comum, não o leito. Vivendo na carne, não vivem segundo a carne. Na terra vivem, participando da cidadania do céu. Obedecem às leis, mas as ultrapassam em sua vida. Amam a todos, sendo por todos perseguidos… E quando entregues à morte, recebem a vida. Na pobreza, enriquecem a muitos; desprovido de tudo, sobram-lhes os bens. São desprezados, mas no meio das desonras, sentem-se glorificados. Difamados, mas justo; ultrajados, mas benditos, injuriados prestam honra.
Fazendo o bem são punidos como malfeitores; castigados, rejubilam-se como revificados. Os judeus hostilizam-nos como alienígenas; os gregos os perseguem, mas nenhum de seus inimigos pode dizer a causa de seu ódio. Para resumir, numa palavra, o que é a alma no corpo, são os cristãos no mundo: como por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os cristãos, por todas as cidades do universo…”
Prof. Felipe Aquino –
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Do livro – Escola da Fé I – A Sagrada Tradição da Igreja

A queda de uma “igreja”

A revisa VEJA (20.08.2007), noticiou em matéria da jornalista Juliana Linhares, que Sonia e Estevam Hernandes, “bispos” da Igreja “Renascer em Cristo”, sofreram a condenação de dez meses de reclusão e catorze meses de liberdade condicional nos Estados Unidos, o que marca o início de um longo exílio para o casal.
A sentença proferida na sexta-feira pelo juiz Federico Moreno, do Tribunal Federal do Sul da Flórida, prevê que eles cumpram cinco meses da pena de reclusão em prisão domiciliar e os outros cinco em regime fechado. Depois disso, Sonia e Estevam Hernandes terão de passar catorze meses em liberdade condicional, também nos Estados Unidos, só podendo deixar o país mediante autorização judicial.
A igreja “Renascer em Cristo”, foi fundada por eles em 1986. A autonomeada bispa e o auto-intitulado apóstolo foram pegos ao tentar entrar em território americano com 56 467 dólares não declarados. Segundo a fonte de informação, a Renascer já foi obrigada a fechar mais de 400 templos no Brasil e viu sua arrecadação cair em 60%. Agora, com a condenação do casal pelos crimes de contrabando de dinheiro, os seguidores da igreja ficarão sem os seus líderes até 2009.A decisão da Justiça só não foi mais grave porque houve um acordo feito em junho entre os líderes da Renascer e a Promotoria do Distrito Sul da Flórida. A vantagem para quem opta pelo “plea agreement” é receber uma punição mais branda. A sentença é dada rapidamente pelo juiz e o réu não vai a júri popular, em que, no caso dos Hernandes, a sentença poderia ser de até dez anos.
Antes de serem presos nos Estados Unidos, Sonia e Estevam Hernandes levavam uma vida de luxos no Brasil, como relataram, em depoimento ao MP, ex-funcionários da Renascer. No haras da família, no interior de São Paulo, o casal chegou a ter 259 cavalos de raça. Por alguns dos animais, Felippe, o filho mais velho do casal, pagou mais de 300.000 reais. Além de cavalos, o filho dos Hernandes era colecionador carros caros: tinha uma coleção de importados que incluía um Lincoln Navigator blindado, avaliado em 150.000 dólares. Já a bispa gostava de gastar em roupas e acessórios caros. “As mulheres da família só se presenteavam com jóias”, declarou aos promotores uma ex-secretária da bispa. Meses antes de serem presos, Sonia e Hernandes estavam bastante preocupados com a segurança.João Coutinho, ex-presbítero da Renascer, disse a VEJA que o casal vinha usando colete à prova de balas durante os cultos. “Eles deviam para muita gente e tinham medo de alguém querer se vingar”, afirma Coutinho.
Até a condenação, os dois eram obrigados a utilizar uma tornozeleira eletrônica, por meio da qual tinham seus passos monitorados pela Justiça. A bispa, que vai cumprir a pena de prisão domiciliar antes de seguir para a cadeia, será obrigada a manter a sua. Sonia tem horror ao equipamento e, recentemente, ficou irritada ao saber que, no Brasil, ex-fiéis sugeriramque fosse gravada nele a frase “Guiada por Deus, seguida pelo FBI”.
Em sua penúltima audiência no Tribunal do Distrito Sul da Flórida, no dia 8 de junho, Sonia chorou e perguntou ao juiz se não poderia retirar a tornozeleira. Alegou que costumava usar vestidos e se sentia constrangida quando as pessoas notavam o equipamento. Ouviu do juiz que ela poderia retirar a tornozeleira desde que se dispusesse a voltar para a cadeia.
Até o ano passado, a Renascer ocupava o segundo lugar no ranking das igrejas neo-pentecostais do país. Chegou a ter 1.200 templos, dos quais vinte no exterior. Entre seus fiéis, resplandeciam estrelas como o jogador Kaká, da seleção brasileira. Ele se casou em 2005 em um dos templos da igreja, em cerimônia oficiada pelos Hernandes. Agora, com a condenação do casal, o império da Renascer que, além dos templos,inclui duas fundações, uma rede de TV, uma gravadora, uma editora de livros e uma emissora de rádio * corre o risco de ruir. O maior dos templos da igreja, que fica na Rua Lins de Vasconcelos, em São Paulo,arrecadava até 15 milhões de reais por mês. Hoje, esse valor não chega à metade. Desde fevereiro, pelo menos 140 funcionários das empresas do grupo foram demitidos e centenas de templos considerados “deficitários” tiveram as portas cerradas por ordem do próprio Hernandes. Segundo o promotor Arthur Lemos, do Gaeco, há a possibilidade de a Justiça americana deportar o casal no fim do cumprimento da pena de reclusão. Mesmo nesse caso, nada indica que a situação dos Hernandes irá melhorar. Desde dezembro de 2006, vigora no Brasil uma ordem de prisão preventiva contra eles, baseada em um pedido do Gaeco, que os acusapelos crimes de estelionato, formação de quadrilha e lavagem dedinheiro. “Se viessem hoje para cá, já chegariam algemados”, diz opromotor.
Todas essas informações mostram o perigo e o engano que sofrem as milhões de pessoas inocentes que seguem “igrejas” que não foram fundadas por Jesus Cristo. A única que Cristo fundou foi Aquela sobre Pedro e os Apóstolos, a quem Ele prometeu que contra ela as portas do inferno jamais prevaleceriam contra ela. Esta Igreja tem 2000 anos, e venceu todas as perseguições dos romanos, nazistas, comunistas, ateus, etc., moveram contra ela.Que tudo isto sirva de lição àqueles que seguem qualquer seita ou religião sem pedir as credenciais dadas por Jesus Cristo.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

Importante Pastor americano se converte ao Catolicismo

Allen Hunt, Pastor da Igreja Metodista Unida de Mount Pisgah, perto de Atlanta, Geórgia, a terceira maior Congregação Metodista do mundo, deixou o protestantismo e se converteu ao Catolicismo. Allen conquistou seu título de Ph. D. na universidade de Yale, e trabalhou como hospedeiro do “Allen Hunt Show”, transmissor de um das mais influentes estações de rádio de Atlanta.
Ele mencionou ao menos duas razões que o levaram a se converter ao Catolicismo: 1 – a grande divisão dentro do protestantismo, que dá um triste testemunho ao mundo; e 2 – a Presença Real de Cristo na Eucaristia.
Em seu blog ele afirma que: “depois de muita oração e meditação nestes últimos seis meses, eu tenho compartilhei com o Bispo Lindsey David que eu estava deixando minha posição de Pastor da Igreja Metodista Unida, na Conferencia de North Geórgia. Esta decisão profunda reflete meu sentimento de que Deus me chama para servir em uma nova missão. Além do mais, eu acredito que Deus tem me dirigido para a Igreja Católica, tal que eu tomei as providencias para ser recebido como um membro naquela Igreja. Anita planeja continuar seu ministério com os filhos na Igreja da União Metodista, e eu naturalmente continuarei a mantê-la e apoiar seu ministério com minhas orações e meu serviço voluntário regular. Eu peço as bênçãos de Deus sobre meus irmãos e irmãs no ministério na Igreja Metodista Unida, particularmente a maravilhosa família de crentes em Mount Pisgah.Blog:
http://www.allenhuntshow.com/Allen-Hunt/2008/01/14/personal_transition
FONTE: http://blog.catholic-convert.com/?p=1938 - March 6, 2008 at 6:01 am
São muitos os pastores protestantes que têm se convertido ao catolicismo. Em Reval, na Estônia, o Pe. Karl Stehlin, sacerdote da Sociedade Pio X baseado em Varsóvia, pregou os Exercícios Inacianos para sete pastores luteranos a pedido dos mesmos. Eles se converteram ao catolicismo. Veja a noticia todo no site:
http://www.leforumcatholique.org/message.php?num=245076
Um dos sete luteranos participante disse que finalmente compreendeu durante os exercícios inacianos como ler a Bíblia de forma compreensiva e meditativa. Um outro disse: “Eu descobri Maria!” Todos rezaram com muita alegria o Santo Rosário todos os dias. Os pastores também querem chamar a atenção de seus próprios fiéis para o Rosário.O livro “Por que estes ex-Protestantes se tornaram católicos”, de Jaime Francisco de Moura, trás uma coletânea de testemunhos de convertidos. Quem examina sem preconceitos a documentação bíblica e a história, verifica que o protestantismo é um desvio e não uma renovação.
Prof. Felipe Aquino –
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Entrevista sobre os 40 anos da RCC

Esta entrevista foi dada em 21 fev 2007 a Comunidade Dei Verbum; www.deiverbum.com.br
Como um ícone Igreja no Brasil como você se sente neste momento de Festa da Igreja?
Eu me sinto muito feliz com os 40 anos da RCC no Brasil e no mundo; porque de fato é um renovar do Pentecostes
na vida da Igreja. Nesses tempos tristes de tantas heresias, seitas, relativismo religioso e moral, desrespeito e desobediência ao Papa e à Igreja, a RCC veio como um antídoto a tudo que atrapalha a verdadeira evangelização. A triste Teologia da Libertação lançou a Igreja na América em uma politização perigosa, falsificou o Evangelho de Cristo e quase eliminou o Sagrado e o verdadeiro catolicismo; mas Deus nos socorreu com a RCC ,entre outros bons movimentos. Alegro-me porque estou na RCC desde 1974 e nunca me arrependi. Ela está resgatando o verdadeiro catolicismo: amor a Igreja, amor e obediência ao Papa e aos Bispos, amor á oração, à adoração do Santíssimo, o amor a Maria e a oração do Rosário, a meditação da Palavra de Deus, a vida sacramental madura, a fuga do pecado, a busca da santidade.
Como a Igreja, seus presbíteros e seus bispos veêm esse momento?
A RCC soube mostrar aos bispos e presbiteros que ela é séria e veio mesmo do Espirito Santo, e, portanto para ficar e para renovar a Igreja. Os bispos e presbiteros de boa vontade viram e veêm os seus frutos de conversão e de salvação e não podem negar isto. A CNBB através do doc. 53 aprovou tranquilamente a RCC no Brasil, o que todos os Papas já fizeram várias vezes para o mundo todo ao receberem os líderes mundiais da RCC muitas vezes. Bento XVI ama a RCC; ele disse isso.
Como a RCC no Brasil deveria comemorar o seu jubileu dos 40 anos?
Para mim o maior fruto pastoral da RCC no Brasil e no mundo foram os Grupos de Oração, a fonte de maior resgate do povo católico enganado pelas seitas e pelo protestantismo; além de ser uma fonte de conversão, formação, santificação do nosso povo. Então, eu penso que a celebração dos 40 anos da RCC deveria ser no sentido de fomentar o nascimento e o crescimento dos Grupos de Oração: para homens, mulheres, crianças, jovens, etc… nas escolas, nas fábricas, nas ruas, nos jardins, nas praias, nas universidades, nos aeroportos, nos portos, nas rodovias, nas rodoviárias, nos shoppings… enfim, onde houver gente. É a melhor forma de anular o triste efeito das seitas que levam tantos batizados na Igreja.
Diga para os internautas O que é Celebrar Pentecostes?
É deixar que o Espírito Santo tome conta e dirija a sua vida para ela não ser uma vida medíocre e sem sentido.
É renunciar a todo pecado e fazer uma boa Confissão; é participar da Santa Missa e comungar , se puder todo dia; é rezar o seu Terço ou Rosário todos os dias; é ler e meditar a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo; é estudar o Catecismo da Igreja todos os dias; é estar um tempo com Jesus no Sacrário todos os dias; é vigiar e orar sem cessar; é aceitar na fé o sofrimento que não pode ser eliminado, e oferece-lo ao Senhor para a Redenção dos homens…
Agradecendo sua atenção, deixe aos internautas uma convocação e um convite para Celebrar esses 40 anos de RCC no Brasil.
Meu amigo internauta, se você conhece ainda esta bênção que é a RCC, não deixe para amanhã, conheça-a já através de uma Comunidade de Vida ou de Aliança ou de um Grupo de Oração; abra-se para ao fogo do Espírito Santo é você será uma nova criatura a serviço de Deus, da Igreja e dos irmãos.

Os 40 anos da Renovação Carismática Católica

A Renovação Carismática Católica completa 40 anos. Ela começou nos Estados Unidos e se espalhou rapidamente por todo o mundo católico como um novo Pentecostes trazendo uma bela renovação para a Igreja. Tudo começou quando em 18 de fevereiro de 1967, trinta estudantes e professores da universidade de Duquesne (Pensilvânia, Estados Unidos), fizeram um retiro espiritual para aprofundar na força do Espírito dentro da Igreja primitiva, lendo e meditando os Atos dos Apóstolos.
Já em 1973 o Papa Paulo VI recebia no Vaticano, com o falecido cardeal Leo Joseph Suenens, os lideres da RCC no mundo. Paulo VI os acolheu com alegria.
Podemos dizer que o Papa João XXIII foi precursor da RCC. Ao abrir o Concilio Vaticano II, em 1963 ele rezou: “Repita-se no povo cristão o espetáculo dos Apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes, e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade e Justiça, Reino de amor e de paz”.
No pontificado de João Paulo II a RCC foi reconhecida pelo “Conselho Pontifício para os Leigos”, e hoje envolve mais de 120 milhões de católicos em todo o mundo. Ela tem um organismo internacional; existe o escritório dos «Serviços Internacionais da Renovação Carismática Católica» (
ICRSS, por suas siglas em inglês), com sede no Vaticano.
O Papa João Paulo II sempre acolheu amorosamente a RCC; e muitas vezes recebeu os seus líderes em audiência. É importante recordar as suas palavras por causa de suas preciosas orientações.
Em 1992 João Paulo II disse aos líderes da RCC:“Na alegria e na paz do Espírito Santo, dou as boas vindas ao Conselho Internacional da Renovação Carismática Católica. No momento em que comemorais o 25° aniversário de fundação da Renovação Carismática Católica, uno-me de bom grado a vós, na ação de graças a Deus pelos inúmeros frutos que ela deu à vida da Igreja. A Renovação surgiu nos anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II, e foi um dom particular do Espírito Santo à Igreja. Foi sinal do desejo que muitos católicos tinham de viver, de maneira mais plena, a sua própria dignidade e vocação batismal, como filhos e filhas adotivas do Pai, de conhecer a força redentora de Cristo, nosso Salvador, numa experiência mais intensa de oração pessoal e coletiva, e de seguir o ensinamento das Escrituras mediante a sua leitura, à luz do mesmo Espírito que inspirou o seu autor. Certamente um dos resultados mais importantes desse despertar espiritual foi a aumentada sede de santidade, visível nas vidas das pessoas individualmente e na Igreja inteira… Neste momento da história da Igreja, a Renovação Carismática pode desempenhar um papel significativo na promoção da defesa, extremamente necessária, da vida cristã, nas sociedades em que o secularismo e o materialismo enfraqueceram a capacidade que as pessoas têm de responder ao Espírito e de discernir o chamamento amoroso de Deus. O vosso contributo para a re-evangelização da sociedade será efetuado, em primeiro lugar, mediante o testemunho pessoal do Espírito que habita em nós e mediante a demonstração da Sua presença, com obras de santidade e de solidariedade… Independentemente da forma que a Renovação Carismática assumir - nas orações de grupo, nas comunidades conventuais de vida e de serviço - o sinal da sua fecundidade espiritual será sempre o fortalecimento da comunhão com a Igreja universal e com as Igrejas locais… Ao mesmo tempo o aprofundamento da vossa identidade católica, haurindo da riqueza espiritual da Tradição católica, é uma parte insubstituível do vosso contributo ao diálogo ecumênico autêntico que, alimentado pela graça do Espírito Santo, deve levar à perfeição da “comunhão na unidade, na confissão de uma só fé, na comum celebração do culto divino e na fraterna concórdia da família de Deus”(Unitatis redintegratio, 2).(L’Osservatore Romano, n. 15, 12/4/1992, 4 (184))
Aos participantes do IX Congresso Internacional da Renovação Carismática em outubro 1998, o Papa disse:“Vocês pertencem a um movimento eclesial. A palavra eclesial implica numa tarefa precisa de formação cristã, envolvendo uma profunda convergência de fé e vida. A fé entusiástica que dá vida às suas comunidades deve ser acompanhada por uma formação cristã que seja abrangente e fiel ao ensinamento da Igreja.”(L’Osservatore Romano, nov 1998.)
Quando da Conferência Internacional da Renovação na Itália em outubro de 1998, ele lhes disse:“A Renovação Carismática Católica tem ajudado muitos cristãos a redescobrirem a presença e o poder do Espírito Santo em suas vidas, na vida da Igreja e do mundo; e esta redescoberta tem levantado neles uma fé em Cristo cheia de alegria, um grande amor pela Igreja e uma generosa dedicação a sua missão evangelizadora. No ano de 1998 em que dedicamos ao Espírito Santo, eu me uni a vocês no louvor à Deus pelos preciosos frutos que Ele quis trazer à maturidade em suas comunidades e através delas, às Igrejas particulares. Como líderes da Renovação Carismática Católica, uma de suas primeiras tarefas é a de preservar a identidade das comunidades carismáticas espalhadas pelo mundo inteiro, incentivando-as sempre a manter uma ligação estreita e hierárquica com os bispos e com o Papa.”
Os cardeais da Cúria Romana sempre participaram dos eventos da RCC. No XXVII Congresso Nacional italiano, em Rímini, em 30 de abril de 2004 (
ZENIT.org) estiveram presentes o cardeal Giovanni Battista Re, então Prefeito da Congregação para os Bispos, o cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e o padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia. Isto mostra o real apoio da Santa Sé a RCC. Ninguém pode negar isto.
A Renovação Carismática não é um movimento uniforme; mas, como dizia o cardeal Suenens e diz o padre Raniero Cantalamessa, “é uma corrente de graça para toda a Igreja católica.” Ela não é um simples movimento a mais da Igreja; é a própria Igreja em movimento pelo poder do Espírito Santo. Todos os cristãos de todos os movimentos precisam ser renovados no Espírito Santo; e esta é a missão da RCC.
Vale a pena ler o testemunho pessoal do Pe. Raniero Cantalamessa, que desde 1978 é o Pregador da Casa Pontifícia, em entrevista concedida à agencia Zenitem Castel Gandolfo, em 25set 2003: “O batismo no Espírito não é uma invenção humana, é uma invenção divina. É uma renovação do batismo e de toda a vida cristã, de todos os sacramentos. Para mim – ele disse - foi também uma renovação de minha profissão religiosa, de minha confirmação, de minha ordenação sacerdotal. Todo o organismo espiritual se reaviva como quando o vento sopra sobre uma chama. Por que o Senhor decidiu atuar neste tempo desta maneira tão forte? Não sabemos. É a graça de um novo Pentecostes… É uma vinda do Espírito Santo que se traduz em arrependimento dos pecados, que faz ver a vida de uma maneira nova, que revela Jesus como o Senhor vivo - não como um personagem do passado - e a Bíblia se converte em uma palavra viva. A verdade é que não se pode explicar. Para mim tudo o que passou desde 1977 é um fruto de meu batismo no Espírito. Era professor na Universidade. Dedicava-me à pesquisa científica na história das origens cristãs. E quando aceitei não sem resistência esta experiência, depois tive o chamado de deixar tudo e colocar-me à disposição da pregação, e também a nomeação como pregador da Casa Pontifícia chegou depois de que tinha experimentado esta «ressurreição». Vejo isso como uma grande graça. Depois de minha vocação religiosa, a Renovação Carismática foi a graça mais assinalada de minha vida… Quero dizer aos fiéis, aos bispos, aos sacerdotes, que não tenham medo. Desconheço por que há medo. Talvez em alguma medida porque esta experiência começou entre outras confissões cristãs, como pentecostais e protestantes. Contudo, o Papa não tem medo. Falou dos movimentos eclesiais, inclusive da Renovação Carismática, como de sinais de uma nova primavera da Igreja, e muito com freqüência faz referência na importância disso. E Paulo VI afirmou que era uma oportunidade para a Igreja. Não há que ter medo.”
Todas essas palavras do Papa João Paulo II e do Pregador do Papa, mostram a grande importância da RCC para a Igreja.
O Papa Bento XVI também ama a RCC; ainda como cardeal e Prefeito da Congregação da Fé, em entrevista ao jornalista italiano Vitório Messori disse: “Certamente [a Renovação no Espírito] trata-se de uma esperança, de um positivo sinal dos tempos, de um dom de Deus para a nossa época. È a redescoberta da alegria e da riqueza da oração contra a teoria e práxis sempre mais enrijecidas e ressecadas no tradicionalismo secularizado. Eu mesmo constatei pessoalmente a sua eficácia: em Munique, algumas boas vocações ao sacerdócio vieram-me do movimento. Como em todas as realidades entregues ao homem, dizia eu, também esta é exposta a equívocos, a mal-entendidos e a exageros. O perigo, porém, seria ver apenas os riscos, e não o dom que nos é oferecido pelo Espírito. A necessária cautela não muda, portanto, o juízo positivo do conjunto.” (V. Messori, J. Ratzinger, A Fé em Crise? O Cardeal Ratzinger se interroga. E.P.U, São Paulo, 1985, pg. 117-118)O atual Presidente do Pontifício Conselho dos Leigos, o Arcebispo e cardeal Stanilaw Rylko, que foi secretário de João Paulo II aprecia profundamente a RCC como já disse várias vezes.
Há 34 anos eu estou na RCC; participei de dezenas de Experiências no Espírito Santo; viajei e viajo pelo Brasil todo e por alguns paises pregando retiros às pessoas e grupos ligados à RCC; e sou testemunha ocular do bem que faz a Igreja. Os ginásios de esporte, os auditórios e os campos de futebol se enchem de milhares de pessoas que rezam com fervor, cantam alegremente e louvam a Deus do fundo da alma. Surgem por todo o mundo Comunidades de leigos, consagrados ao serviço de Deus e da Igreja; elas são a nova força da Igreja; satisfazem o que pediu o Papa João Paulo II, “uma nova evangelização”, com novo ardor, novos métodos e nova expressão; é tudo o que acontece hoje na RCC. Seus frutos são enormes: conversões em massa, famílias restauradas em Deus, jovens que abandonam o crime, a droga, a bebida e todas as formas de vícios, e tantos que se consagram a Deus.
Pode haver sim erros e até alguns abusos na RCC por parte de pessoas despreparadas e que não têm uma boa formação religiosa; mas cabe aos sacerdotes corrigir os erros e formar o povo, sem destruir o que é bom.

Prof. Felipe Aquino –
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