terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ave Maria




Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco!Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus!Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!

A Virgem escolhida


Maria era uma jovem humilde, nascida em Nazaré. Como muitas jovens de sua época também esperava pela vinda do Messias. Seus pais eram Ana e Joaquim.Durante toda sua vida Maria sempre foi orante, piedosa e conhecedora das Escrituras. Sua vida foi normal, porém era dotada de grande maturidade espiritual.
Maria era virgem, e sempre foi, mesmo depois do nascimento de Jesus. Isso se deu pois foi pela ação do Espírito Santo que a Virgem concebeu Jesus. Seu noivo era José, um humilde carpinteiro que aceitou Jesus como seu próprio filho.
Por ser santa desde o princípio, pois foi preservada do pecado original com o qual todos nascemos, Maria foi a escolhida para ser Mãe do Filho de Deus. A Virgem de Nazaré disse Sim ao Anjo Anunciador e confiou sua vida ao Pai. Sempre confiante no poder de Deus, aceitou a missão que lhe fora confiada.
A santidade de Maria é a mais perfeita de toda a humanidade. Nenhuma criatura pode igualar-se à Virgem Maria na sua eleição de ser a Mãe de Deus.

Maria,Mãe de Jesus,esposa de José.


Uma virgem humilde de Nazaré foi escolhida para ser a Mãe de Jesus.
Para a Igreja, Maria é modelo de vida e santidade por sua coragem, humildade, fé e fortaleza. Ela confiou no Pai e disse Sim à proposta divina de ser Mãe do Messias, mesmo sabendo que viria a sofrer bastante.
Maria também é conhecida por Virgem Maria. Ela foi virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Esse fato se deu pois foi pela ação do Espírito Santo que Maria concebeu ao Menino.
O companheiro de Maria, aquele que ajudou a criar Jesus, e que O amou como seu filho, foi um carpinteiro humilde, honesto e casto como ela. Seu nome é José.
Jesus veio ao mundo para nos dar a Salvação, e por isso sofreu pela humanidade, e Maria sofria junto.
O primeiro sofrimento de Maria foi quando Herodes ao saber do nascimento do Messias mandou matar todas as crianças de até 3 anos de idade. Nada Lhes aconteceu pois através de um sonho, José recebeu ordens de um anjo para que fossem imediatamente para o Egito, e que deveriam ali permanecer até que todos os que queriam a morte do Menino morressem. E assim se fez.
O segundo sofrimento de Maria foi quando Jesus, aos doze anos, se perdeu de seus pais. Era época de Páscoa, e foram três dias de grande agonia para Maria e José. Depois de muita procura O encontraram no templo ensinando as Escrituras aos doutores da lei.
Maria é nossa Intercessora, ela é a nossa Mãe do Céu, e como mãe quer sempre o nosso bem. Esse fato pode ser comprovado através do primeiro milagre de Jesus ao transformar água em vinho. Em Caná houve um casamento e Jesus e Maria eram convidados. O vinho da festa havia acabado e era uma vergonha para a família oferecer uma festa de casamento onde não houvesse vinho suficiente para todos os convidados. Percebendo então a falta do vinho, Maria pediu que Jesus os ajudasse. Maria intercedeu pelos donos da festa e foi pela Sua insistência que Jesus realizou o seu primeiro milagre. ( Jo 2)
Vale lembrar que Maria não faz milagres. Ela intercede por nós; quem faz milagres é Jesus.
O maior sofrimento de Maria, foi ver seu Filho tão amado morrer cruscificado. Maria nunca esteve afastada de Jesus, esteve sempre por perto, principalmente através da oração. Ao pé da cruz, Maria sofria com Jesus, e era consolada pelo discipulo amado.
Ainda na cruz Jesus deu a Maria uma nova missão: entregou em Suas mãos o coração de todos os filhos de Deus, para que Ela não seja somente a mãe Dele (Jesus), mas também a nossa Mãe. ( Jo 19, 26-27 )
Depois da Paixão e Ressurreição de Jesus, Maria teve um papel importantíssimo para o mundo. Junto com os apóstolos, Ela perseverava na oração e dava formas à Igreja de Jesus. Podemos considerá-la também a Mãe da Igreja.
Maria não morreu. Pela sua infinita santidade foi elevada aos seus Céus, onde está com Deus Pai e Jesus seu Filho. Todos os dias Ela vem à nós, nos protegendo e nos cobrindo com seu manto sagrado.

As doze promessas


1- Darei às almas dedicadas ao meu Coração todas as graças necessárias ao seu estado.
2- Farei reinar a paz em suas famílias.
3- Eu as consolarei em suas penas.
4- Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na hora da morte.
5- Derramarei copiosas bênçãos sobre todas as suas empresas.
6- Os pecadores acharão em Meu Coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia.
7- As almas tíbias se tornarão fervorosas.
8- As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a uma grande perfeição.
9- Abençoarei as casas em que se achar exposta e for venerada a imagem do Meu Coração.
10- Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos.
11- As pessoas que propagarem esta devoção terão seus nomes escritos indelevelmente no Meu Coração.
12- O amor todo-poderoso do Meu Coração concederá a todos os que, por nove meses seguidos, confessarem-se e comungarem na primeira sexta-feira, a graça da perseverança final.
Toda vez que temos um problema, que nos sentimos aflitos ou desamparados devemos louvar ao Senhor e entregar tudo em Suas mãos. Assim sentiremos a ternura de Seu Coração Amabilíssimo e receberemos a paz e repouso necessários para as nossas almas.

Sagrado Coração de Jesus


Puro e imaculado; transpassado e coroado de espinhos. Em sua infinita humildade, o Coração de Jesus é a realização do Amor de Deus.
Jesus teve Seu Coração Divino rasgado pela lança da indiferença e da incredulidade pelo simples e único fato de ter nos amado. Desta abertura causada pela lança jorrou Sangue e Água. O Sangue nos redime e a Água Viva no purifica.
É através do Coração de Jesus que encontramos a porta aberta para o caminho do céu.
Jesus entregou a Sua Vida em reparação de nossos pecados e foi obediente à Deus para reparar a desobediência dos homens. Por tal obediência e morte na cruz venceu o pecado, a doença, o demônio e a morte.

Jesus é o nosso Mestre


Jesus pregava por meio de parábolas, e Sua pregação era sempre baseada no amor e na justiça. Jesus sempre Se dirigia aos pobres e aos excluídos da sociedade para falar das Escrituras. Por ter tal atitude, foi duramente criticado pelas pessoas da época, em especial pelos fariseus, que eram grandes conhecedores da Lei e que sempre exibiam com orgulho seus conhecimentos.
Foi através das curas operadas, dos sinais prodigiosos, do poder de expulsar demônios e do poder de perdoar os pecados, que Jesus revelou ser Deus. Ele nos ensinou o verdadeiro Amor através de Sua atitude misericordiosa, especialmente marcada pelo Seu próprio testemunho.
Somos como ovelhas que em tudo dependem do pastor e o nosso pastor é Jesus. Precisamos de Sua orientação e sem Ele não sabemos viver.
Devemos segui-lo em tudo, devemos tomá-lo como exemplo e sempre nos perguntar: O que Jesus faria no meu lugar?

JESUS FILHO DE DEUS


A segunda pessoa da Santíssima Trindade tornou-se homem: Jesus Cristo.Sua mãe foi Maria de Nazaré, e seu pai adotivo foi José, esposo de Sua mãe.
Jesus nasceu em Belém da Judéia, e foi concebido no seio da Virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo de Deus.
Deus enviou ao mundo seu Filho tão amado para nos dar a Salvação. Jesus viveu e sofreu por nós, morreu cruscificado e ressuscitou para a Glória de Deus.
O primeiro milagre de Jesus foi a transformação de água em vinho nas Bodas de Caná. (Jo)
Jesus possui ambas as naturezas: divina e humana, mas é uma só pessoa. É verdadeiramente Deus (natureza divina) e verdadeiramente humano (natureza humana). Como Deus, tem todas as qualidades e atributos de Deus. Como ser humano, tem corpo humano, alma humana, inteligência e vontade humanas, imaginação humana e sentimentos humanos.
Jesus foi perseguido e condenado por ser o Messias, por ser Aquele que veio em nossa Salvação. Muitos não acreditavam em Sua divindade, e os "poderosos" tinham medo de que Jesus tomasse seus postos de autoridade. Sua condenação foi a morte na cruz. Antes de ser cruscificado e durante a cruscificação, no local chamado Calvário, zombaram de Jesus.
Jesus morreu, pela sua natureza humana, mas ressuscitou três dias depois para mostrar ao mundo que é o Messias. Esse dia da ressurreição é comemorado até hoje, é o domingo de Páscoa.
Jesus teve vários discípulos e 12 apóstolos, que após a Sua ressurreição tiveram o papel fundamental de continuar a Sua missão, e criar a Igreja de Jesus.
Para a Igreja Católica Jesus é o centro de nossas vidas. A Sua passagem da morte para a vida é o mistério de salvação que todos devemos partilhar.
Jesus está presente no meio de nós de diversas maneiras. É possível encontrar-se com Jesus mesmo nos dias de hoje, e uma maneira especial é através da Eucaristia, onde fazemos de nosso corpo templo vivo de Deus.

DEUS É PAI


Deus é Pai, porém Seu coração é como o coração de mãe. Deus é o criador do mundo, do céu e da terra, das coisas visíveis e invisíveis. Tudo sabe e tudo pode. Não há como esconder algo dos olhos do Pai. É presente em todos os irmãos. É senhor de todas as criaturas.
Deus é eterno, e assim, eterna é a Sua Palavra. Sua promessa é para toda a humanidade. Ele nos fala no silêncio de nosso coração.
Deus nos fez segunda sua imagem e semelhança, e nos ama de forma incondicional.
Deus enviou ao mundo o seu Filho tão amado: Jesus. Enviou seu próprio Filho para sofrer por nós. A missão de Jesus era redimir a humanidade que andava tão perdida e desiludida. Jesus proclamava a palavra do Pai e levava conforto aos mais pobres. Através de Jesus reecontramos a amizade de Deus e com isso encontramos a verdadeira vida. Jesus veio ao mundo para nos salvar e nos livrar da escuridão da morte e do pecado. Para isso Jesus sofreu, mais do que qualquer pessoa neste mundo, e mesmo com todo sofrimento confiou no Pai e mostrou ao mundo que Deus é maior. Ao morrer na cruz livrou-nos do pecado e ao ressuscitar deu-nos a vida.
Deus nos ama como se cada um fosse a única criatura existente no mundo. Não há palavras que expressem esse amor. Se algo acontece e para nós parece terrível, Deus sabe, e há um propósito de estarmos passando por tal situação. Deus nos ama, e sempre quer o nosso bem.
Você é especial aos olhos Dele. O seu nome está na palma da mão do Pai. Ele o chama pelo nome, o resgata e salva para a verdadeira vida.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Vida dos Santos


Santos, tecnicamente, são todos aqueles que foram para o céu. Mas os santos canonizados pela Igreja Católica são aqueles que já foram para o céu durante sua vida terrena, e se tornaram uma manifestação mais clara de Deus, elevando espiritualmente toda a comunidade dos fiéis. Por eles Deus opera milagres, e é a eles também que se pode pedir uma intercessão para obter alguma graça.
Suas vidas são exemplos para toda a humanidade. Muitos santos, ainda, fundaram escolas de espiritualidade diferentes, de modo que a glória de Deus possa se manifestar de várias maneiras, e cada um possa servi-lO da maneira mais conveniente. Assim, há santos confessores, mártires, missionários, sábios, pregadores, mendigos, guerreiros etc - e da soma deles todos se compõe o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.

Martírio Cristão



Algumas considerações sobre o martírio
Em face desse sinistro quadro, uma pergunta vem à mente: serão mártires todos os católicos mortos nessas lutas e perseguições?
Para responder a tal pergunta, é útil resumir brevemente aqui a doutrina católica sobre a matéria.
Noção geral
A palavra “mártir” provém do grego e significa “testemunha”. Ela foi empregada nos primeiros tempos do Cristianismo para indicar os Apóstolos e os primeiros discípulos que, tendo presenciado os milagres e a Ressurreição de Jesus, derramaram seu sangue para dar testemunho disso. Posteriormente, o termo foi utilizado num sentido mais amplo, para designar todos os cristãos que preferiram a morte a renegar sua Fé.
Na linguagem eclesiástica, a palavra “martírio” refere-se, pois, ao testemunho da verdade cristã, selada com o sangue, até o sacrifício da própria vida.
Tendo sido Nosso Senhor Jesus Cristo o Mártir por excelência, mártir é todo aquele que, à semelhança de Cristo, dá o testemunho da verdade com a própria vida. Assim sendo, Santo Estêvão foi o primeiro mártir. “A história de Estêvão é uma repetição da história de Cristo. Ser santo (ou mártir), para os primeiros cristãos, era morrer não só por Ele mas como Ele .... Assim como o batismo significava morrer com Ele e ressurgir para a plenitude da vida eterna, o martírio era o selo de uma total conformidade do santo com Cristo” (1) .
O martírio constitui um ato supremo da virtude da fortaleza e o mais perfeito ato de caridade.
Características
De acordo com os teólogos, três são as condições para que haja verdadeiro martírio:
1 - Que se sofra verdadeiramente a morte corporal.- O mártir é considerado a perfeita testemunha da Fé cristã, aquele que deu a prova absoluta de seu amor a Cristo. Ora, a vida é o maior bem natural do homem. Logo, dar a vida por Cristo é a maior prova de amor a Ele. Aquele que conserva a vida do corpo ainda não demonstrou de modo absoluto que despreza todas as coisas terrenas por amor de Cristo. Assim, antes de ter dado a vida pelo Senhor, ninguém pode ser chamado verdadeiro mártir. Por isso, aqueles que sofreram tormentos por amor a Deus, mas não até a morte, não podem ser chamados mártires no sentido perfeito e completo do termo. A Igreja não chama mártires senão aqueles que morreram por Cristo, e reserva o título de confessores àqueles que sofreram o exílio, a prisão, a perda dos bens, e mesmo a tortura para confessar sua Fé.
2 - Que a morte seja infligida por ódio à verdade cristã.- A verdade da Fé cristã exige não só a adesão interna às doutrinas reveladas, mas também a profissão externa, por meio de palavras e de atos, mediante os quais se demonstra a própria fé. Todos os atos de virtudes, por se reportarem a Deus, são, de algum modo, profissões de fé, pois é através da fé que sabemos que Deus premia alguns atos e castiga outros.
Por isso, não somente a fé pode ser causa do martírio, mas toda virtude, contanto que se relacione com Deus; assim São João Batista é honrado como mártir por haver sustentado os direitos da fidelidade conjugal. Do mesmo modo, São João Nepomuceno foi canonizado como mártir por se recusar a violar o segredo da Confissão; e Santa Maria Goretti, para preservar a pureza.
Requer-se, portanto, que a morte seja infligida por um inimigo da Fé divina ou da virtude cristã. Por conseguinte, não são mártires, no sentido próprio do termo:
a - aqueles que suportaram a morte em virtude de moléstia contagiosa, contraída de doentes dos quais tratavam por amor a Deus (estes podem vir a ser considerados “confessores”);
b - os que sofreram a morte na defesa de uma verdade natural;
c - os que sofreram a morte na defesa da heresia.
Também é necessário, da parte do perseguidor, o ódio à Fé ou a toda outra boa obra, desde que ordenada pela Fé de Cristo. E quanto a isso, pouco importa que o perseguidor seja pagão, herege ou mesmo católico; basta que ele inflija a morte por ódio a uma virtude que se pode relacionar com a Fé; assim Santo Estanislau de Cracóvia, São Tomás de Cantuária e São João Nepomuceno foram postos à morte respectivamente por Boleslau, Rei da Polônia, Henrique II da Inglaterra e Wenceslau, Rei da Boêmia, que no entanto eram católicos.
Contudo, não é necessário que o perseguidor reconheça expressamente que age por ódio à fé; basta que este seja seu verdadeiro motivo, mesmo quando ele invocar um outro pretexto. É o que confirma a História, pois Nero começou a perseguição pretextando o incêndio de Roma em 64 dC., que ele atribuía caluniosamente aos cristãos.
3 - Que a morte seja aceita voluntariamente.- Um adulto que é morto durante o sono, por ódio à Fé, normalmente não é verdadeiro mártir. Porém, muitos autores ensinam que um adulto que tenha abandonado tudo para seguir o Senhor, e é morto pelos inimigos da Religião enquanto está dormindo, em ódio à Fé cristã, é verdadeiro mártir, porque em sua entrega total estava implícita a aceitação voluntária de tudo o que viesse em conseqüência dessa entrega, inclusive a morte.
Na aceitação voluntária da morte está compreendida a ausência de resistência. Pois se a pessoa se defende, pode ser que tenha querido salvar a vida, não entregá-la. Defender a própria vida é legítimo (e em muitos casos é até obrigatório), mas não caracteriza o martírio.
Essa exigência faz levantar uma pergunta: se o soldado que morre numa guerra em defesa da Fé pode ser considerado mártir. Santo Tomás de Aquino parece indicar que se pode considerar como mártir o soldado que morre em uma guerra movida para a defesa da Fé. Para que haja martírio, entretanto, é necessário uma guerra entre fiéis e infiéis, não por motivos políticos, mas por causa da Religião; então aqueles que lutam em prol da Religião católica, contra os infiéis, morrem mártires, porque a morte lhes é infligida por ódio à Fé . E sua resistência não é um obstáculo a seu título de mártir, porque, dizem os teólogos, eles lutaram primariamente não para defender suas vidas, mas por causa da Igreja e da verdadeira Fé contra os adversários de Cristo; eles não defendem sua vida senão secundariamente, na medida em que esta é necessária à Igreja e à Fé cristã.
Pode uma criança, ainda não dotada do pleno uso da razão, ser mártir? A resposta é positiva. Para que sejam mártires, basta que sejam mortas por Cristo, e isso mesmo no seio materno. Nesse sentido, convém lembrar o caso célebre dos Santos Inocentes, que a Igreja sempre honrou como mártires.
Nas causas de beatificação e canonização dos mártires são examinados todos esses elementos. Uma vez que eles sejam comprovados, fica dispensado o exame de heroicidade das virtudes e, algumas vezes, também a prova complementar dos milagres.
Eficácia e efeitos do martírio
1 - Justifica o pecador. - O martírio confere o estado de graça ao pecador, seja ele adulto ou criança. Para o adulto, entretanto, é preciso que venha unido pelo menos a uma atrição ou contrição imperfeita dos pecados cometidos. Na aceitação voluntária da morte por amor de Deus ou da virtude já está implícita a dor pelos pecados.
Pessoas adultas não batizadas, mortas por ódio à Fé, são igualmente justificadas e vão para o Céu.
Explica-se isso porque o martírio supre o batismo de água e produz os mesmos efeitos: apaga o pecado original, e os pecados atuais quanto à culpa e à pena. É o chamado “batismo de sangue” (cfr. Mt 10, 32 e 39). Entretanto, se o adulto é catecúmeno (em fase de preparação para ser batizado), ele deve, tanto quanto possível, receber o batismo de água antes do martírio.
Se se trata de um adulto já batizado, deve ele, se possível, confessar seus pecados a um padre, ou pelo menos lamentá-los e receber a Sagrada Comunhão, porque esses preceitos obrigam, em decorrência do direito divino, no momento da morte, e o mártir não pode ser dispensado. Ressaltamos que isso é requerido só quando há possibilidade, ou seja, no caso em que já se prevê o martírio e existem condições de se preparar para ele. Por exemplo, antes de ir a uma batalha, numa guerra de Religião.
2 - Destrói a culpa venial e a pena temporal de todos os pecados – Sendo um perfeito ato de caridade, o martírio destrói nos justos (ou seja, nos que estão em estado de graça) toda a culpa venial e toda a pena temporal devida pelos pecados passados. Por isso, todos os mártires entram imediatamente no Céu, sem passar pelo Purgatório.
3 - Produz um aumento na graça e na glória – O martírio confere ainda aos justos um aumento notável na graça e na glória.
4 - Merece especial recompensa no Céu – Por fim, o martírio merece uma recompensa especial no Paraíso celeste, a que Santo Tomás chama uma alegria, um prêmio privilegiado, correspondente a uma privilegiada vitória.
Martírio espontâneo
Sendo o martírio um ato de virtude, é louvável oferecer-se espontaneamente para ser martirizado? Como explicar que a Igreja tenha visto nessa atitude uma pretensão e um perigo?
A razão dada pela Igreja é que não é permitido oferecer aos outros a ocasião de agir com injustiça; seria um pecado de cumplicidade. Entretanto, a Igreja aceitava como martírio esse fato quando se tratava daqueles que tinham tido a fraqueza de abjurar a Fé e queriam reparar sua falta. Os teólogos admitem que uma especial inspiração do Espírito Santo pode explicar essa iniciativa, assim como muitas outras causas, entre as quais Santo Tomás cita o zelo pela fé e a caridade fraterna.
São Gregório Nazianzeno resume numa sentença a regra a ser seguida nesses casos: procurar a morte é mera temeridade, mas recusá-la é covardia.
Tendo isso em vista, pode-se habitualmente desejar o martírio e pedi-lo a Deus? A resposta é que o próprio Nosso Senhor nos encorajou a isso. Por outro lado, os teólogos não têm trabalho nenhum em demonstrar que o desejo do martírio não compreende de nenhum modo a aceitação do pecado cometido pelo perseguidor, nem a menor cumplicidade com ele.
Em sentido contrário, é lícito fugir da ocasião de martírio? Sim, dizem os teólogos, e também disso nos deu exemplo Nosso Senhor Jesus Cristo fugindo dos fariseus, quando queriam apedrejá-Lo. Em certas circunstâncias, uma fuga dessas não pode, de nenhum modo, ser assimilada a uma negação da Fé; é mais bem uma confissão virtual, pois que é a aceitação de grandes males, como o exílio, por apego à Fé. Entretanto, os Bispos e aqueles que têm o encargo de almas não podem fugir, se sua fuga importa no risco de provocar a dispersão do rebanho.
Não se pode também provocar os perseguidores. Por isso é que quebrar ídolos foi condenado pelo Concílio de Elvira (ano 306). A provocação é lícita, caso pareça que ela venha de uma inspiração do Espírito Santo, ou se as circunstâncias mostrarem que o servidor de Deus devia agir desse modo pelo bem da fé e da Religião, ou por mandado da autoridade pública.
Martírio de Santo Inácio de Antioquia
Exemplo de um grande Santo
Sobre o desejar o martírio e mesmo procurá-lo, convém lembrar o magnífico exemplo de Santo Inácio de Antioquia, no século II, discípulo de São João Evangelista. Estando preso em Roma para ser executado, soube que cristãos eminentes tentavam libertá-lo e estavam rezando nessa intenção. Escreveu-lhes então no sentido de que desistissem de tal intento, estas belas palavras: “Peço-lhes que não dispensem uma bondade inoportuna em meu favor. Deixem que eu seja devorado pelas feras, através das quais chegarei à presença de Deus. Eu sou o trigo de Deus e é preciso que eu seja triturado pelos dentes dos animais selvagens para tornar-me puro pão de Cristo” (2). O que realmente se realizou.
* * *
Não poderíamos terminar este artigo sem externar uma lamentação: o Coliseu, local do martírio de tantos cristãos, verdadeira relíquia da Cristandade, foi recentemente restaurado e reaberto... para espetáculos! Esse imponente monumento romano, erigido pelo Imperador Tito por volta do ano 80 dC., assistirá agora a outra sorte de espetáculos; não mais os proporcionados pelos milhares de homens, mulheres e crianças que enfrentaram as feras, derramando seu sangue por Cristo, mas por artistas de teatro encenando peças mundanas... (3)
Notas:
1 - Kenneth L. Woodward, A Fábrica de Santos, Editora Siciliano, 1992, p. 53.
2 - Kenneth L. Woodward, op. cit., p. 53.
3 - Cfr. “Folha de S. Paulo”, 20-7-00.

Milagre Eucarístico de Lanciano


A minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,55-56).

Nossos sacrários mantêm entre nós a realidade da Encarnação: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós..." E habita ainda verdadeiramente presente entre nós, não somente de uma maneira espiritual, mas com seu próprio Corpo. Esta presença real da carne de Cristo (uma carne viva, unida à alma e à divindade do Verbo, pois Jesus está hoje ressuscitado) é admiravelmente manifestada pelo milagre de Lanciano. Um milagre que dura há mais de 12 séculos e que a ciência examinou, e diante dos fatos, teve que se inclinar.Sim, um milagre, e bem destinado ao nosso tempo de incredulidade. Pois, como diz São Paulo, os milagres são feitos não para aqueles que crêem, mas para os que não crêem. E Deus permitiu para todos os que ainda duvidam da presença Eucarística do Cristo ou que a negam, que um milagre, que dura 12 séculos, fosse nos últimos anos, posto em evidência e verificado pela própria ciência. "Isto é meu corpo! Isto é meu sangue!", disse Cristo (cf. Mt 26,26-28). Este prodigioso milagre deu-se por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, na igreja do mosteiro de São Legoziano, onde viviam os monges da Ordem Basiliana (de São Basílio).
Entre os monges, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho Seu verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse insidioso espinho saísse do seu coração.Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:"Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!"A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o monge num novo Tomé.

MARIA SANTÍSSIMA


A Virgem Maria em Fátima
"Por Fim , o Meu Coração Imaculado Triunfará !"

"Eu sou a serva do Senhor. Aconteça-me segundo a tua palavra!" (Lc 1,38).

" Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.
Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas.* Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho.
Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias. " (Apocalipse 12 , 1 - 7 )

A figura da Virgem Maria é considerada a mais importante da Igreja , abaixo , apenas , de Nosso Senhor Jesus Cristo ; ela está acima dos apóstolos , dos anjos e dos santos . Maria Santíssima é a Rainha da Igreja , orando , incessantemente , por toda a humanidade.
Existe uma enorme variedade de cultos à Santíssima Virgem. A Igreja recomenda que os fiéis cultuem Maria de diferentes modos , expressando a riqueza de seus carismas.
Maria Santíssima é a Mãe de Deus ; Virgem perpétua ; Imaculada Conceição ; Mãe dos homens e Mãe da Igreja . Maria Santíssima foi a única criatura a possuir as virtudes necessárias para receber o Filho de Deus em seu ventre. Dedicamos a Maria o culto de hiper-dulia ( hiper-veneração ) e aos demais santos o culto de dulia ( veneração ). O culto de adoração ( latria ) é reservado apenas ao Deus Trino e Uno . Cultuar Maria é uma obrigação nossa, determinada por Deus para toda a eternidade.
Os estudos marianos , portanto , visam aprofundar cada aspecto da presença de Maria na obra da Redenção .
Assim fala São Luís Maria Grignion de Montfort: "Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria. Deus Filho comunicou a sua Mãe tudo que adquiriu por sua vida e morte: seus méritos infinitos e suas virtudes admiráveis. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, sua fiel esposa, seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que ele possui"

"Ave Maria ,cheia de graça " - Chaîre Kecharitoméne - (Lc 1,28) disse o emissário de Deus , o Arcanjo Gabriel .

São Paulo recorda que o Filho de Deus nasceu de uma mulher : "na plenitude dos tempos , Deus Pai enviou sue Filho Unigênito , nascido duma mulher (Gal. 4,4).

União gay e aborto são ‘eclipse de Deus’, diz Vaticano

Assimina Vlahou
de Roma
O Vaticano voltou a condenar, com ênfase, uniões homossexuais, aborto e inseminação artificial, em documento divulgado nesta terça-feira.
Segundo as autoridades eclesiásticas, as leis que garantem a casais homossexuais os mesmos direitos do casamento tradicional são inspiradas por uma espécie de “eclipse de Deus”.
“Jamais, como agora, a instituição natural do matrimônio e da família foi vítima de ataques tão violentos”, afirma um documento do Pontifício Conselho da Família.
De acordo com o texto, a ausência de Deus teria provocado a grande crise atual, “que inspira leis contrárias à família tradicional”. Na visão da Igreja Católica, estaria ocorrendo uma profunda e preocupante mudança no modelo de família.
Inseminação
“Há uma apologia da família monoparental, reconstituída, homossexual, lésbica. Casais insólitos, formados por homossexuais, reivindicam os mesmos direitos reservados a marido e mulher, e até mesmo o direito de adoção. Mulheres que vivem em união lésbica exigem leis que lhes dêem direito de inseminação heteróloga”, diz o texto.
O Vaticano volta a afirmar que só o amor entre homem e mulher representa o fundamento do casamento, que forma a família humana e transmite a vida aos filhos, educando-os para a vida social.
O Pontifício Conselho para a Família fala também de inseminação artificial e uso de embriões, denunciando um perigo de manipulação genética.
“Técnicas funestas, legalizadas em alguns países, podem dar ao homem o poder de fabricar outro homem e também de destruí-lo. A ciência e a técnica convenceram algumas pessoas a pensar que tudo é fruto da evolução e que o homem não tem nenhum Deus.”
Com este documento, a Santa Sé volta a confirmar também sua posição contrária a qualquer tipo de método anticoncepcional artificial.
Não há menção a problemas como Aids e medidas para evitar o contágio, mesmo entre casais tradicionais.
Algumas semanas atrás, o ex-arcebispo de Milão, cardeal Carlo Maria Martini, se manifestou a favor do uso de camisinha para casais com problemas de Aids. Mas sua posição foi criticada por diversos expoentes da Igreja, inclusive o ultraconservador presidente do conselho para a família, o cardeal Lopes Trujillo, que assina o documento desta terça-feira.
Aborto e inseminação artificial também são criticados nas 69 páginas do texto do Vaticano. Conforme a visão da Santa Sé, o aborto é um “delito abominável” e deve ser punido.
No documento está escrito que hoje existe intenção de banalizar o aborto, que é usado como método para não ter filhos, e não considerado um crime pelas legislações de vários países, uma idéia “inconcebível”, segundo o documento.
“Nenhuma circunstância, finalidade ou lei poderá jamais tornar lícito um ato ilícito porque contrário à lei de Deus.”
O texto também fala sobre “os riscos da educação sexual”, indicando como solução o ensinamento da castidade.
O título do documento é “Família e Procriação Humana”, e foi divulgado em vista do próximo encontro mundial das famílias, na Espanha, no começo de julho.
Uma nova legislação espanhola, uma das primeiras providências do governo Zapatero, reconhece os casamentos homossexuais. Isto provocou polêmica e ressentimento entre o Vaticano e as autoridades espanholas.
A posição da Santa Sé sobre família, inseminação artificial e aborto deve condicionar também o debate político na Itália, poucos dias antes da posse do novo governo.
O programa do Executivo de centro-esquerda prevê a legalização das uniões homossexuais e a revisão da lei sobre a inseminação artificial.

MISSA DA CEIA DO SENHOR


É a missa em que se celebra última ceia de Jesus com seus apóstolos e também quando Ele institui a Santa Eucaristia.No início da noite da primeira Quinta-feira Santa,Jesus quis comer a ceia pascal com seus discípulos;deu também,como Mestre,um exemplo belíssimo de humildade lavando-lhes os pés.Foi durante esta refeição que nosso Salvador instituiu seu próprio memorial, a sagrada Eucaristia!
O Sacrossantum Concilium (no 47), nos diz: Na última ceia, na noite em que foi traído, nosso Salvador instituiu o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue.Fez isto para perpetuar o sacrifício da cruz pelos séculos, até que volte, e, assim, confiar à Igreja, sua amada esposa, o memorial de sua morte e ressurreição: sacramento de amor, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que Cristo é consumado, o espírito é saciado de graça e nos é dado o penhor da futura glória.
Portanto, a Eucaristia é o sacramento de amor por excelência, é o sacramento da unidade que nos une a Cristo na caridade.Quando nos reunimos em família, pensamos logo numa refeição, num almoço ou num jantar, pois esse acontecimento nos une mais fortemente, os laços familiares tornam-se mais estreitos. Pode haver expressão maior de unidade do que numa refeição em família ou mesmo compartilhada com os amigos?A Eucaristia é refeição. Cristo nos convida a partilhar com Ele a refeição em que Jesus se faz comida e bebida para nos fortalecer espiritualmente.O evangelista João relata o último discurso de Jesus em que Ele diz: “Desejei ardentemente comer esta refeição pascal convosco”. Nesse dizer de nosso Senhor há uma profunda alegria. Entre os judeus, a ceia da Páscoa era sempre esperada como uma hora de grande alegria, pois eles relembravam a saída do povo judeu do Egito, lugar de escravidão e morte. A Páscoa instituída por Moisés era celebrada todos os anos como a festa máxima do calendário religioso judaico. Páscoa judaica, que quer dizer “passagem” era, e é ainda hoje, a celebração da libertação do povo da escravidão do Egito para a liberdade na terra prometida onde corre leite e mel. Cristo aproveita-se da festa da Páscoa para se oferecer ao Pai como Vitima perfeita, o Cordeiro, aquele que tira o pecado do mundo. Ele transforma a Páscoa judaica, não apenas na libertação de um povo do jugo da escravidão, mas liberta a humanidade de uma escravidão maior, mais profunda, que a afasta do Pai e causa a verdadeira morte. Ele nos liberta da escravidão do pecado que traz a morte eterna.A Páscoa cristã tem profunda ligação com a Páscoa judaica, tanto que na missa da Ceia do Senhor, a primeira leitura (Ex 12, 1-8.11-14) nos traz o relato do Antigo Testamento no que diz respeito à Páscoa judaica, são instruções dadas por Moisés sobre como ela deveria se desenrolar, que animal deveria ser sacrificado ao cair da tarde, como deveria ser consumido, enfim todo um ritual. Esta Páscoa relatada na primeira leitura prefigura a Páscoa de Cristo e o banquete pascal (a Eucaristia) que Ele instituirá. Instituindo a Eucaristia e passando por sua paixão, morte e ressurreição, Jesus quis mostrar que Ele era o cumprimento das profecias e das figuras do Antigo Testamento, que era o verdadeiro Cordeiro Pascal, que com seu derramamento de sangue e sua morte, salvaria definitivamente seu povo e toda a humanidade. Ao transformar pão e vinho em seu próprio Corpo e Sangue, estabeleceu o rito pascal da Igreja.Na segunda leitura (1Cor 11, 23-26) Paulo nos relata a última ceia e como Cristo instituiu a Eucaristia. É considerado o relato mais antigo da instituição, por isso, é colocado nesta missa, pois é de particular interesse e valor. Ele nos indica que por volta de 57 d.C. a tradição litúrgica da Santa Eucaristia já estava firmemente estabelecida. A Igreja primitiva já testemunhava sua fé na presença real de Cristo no sacrifício da Eucaristia: “Isto é o meu corpo que é para vós”. Nessa época a Igreja já tinha consciência de que celebrar a Eucaristia era obedecer à ordem de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. A exemplo da Igreja primitiva, atualmente a Igreja celebra a Eucaristia não apenas como o memorial de Cristo, mas também anunciandos o seu retorno no fim dos tempos.O Evangelho desta missa (Jo 13,1-15) nos relata o lava-pés dos discípulos. Este Evangelho nos mostra o tema do amor fraterno, intimamente ligado à Eucaristia, pois ela é o “sacramento do amor”. Celebrar o sacrifício da missa é nos comprometer com o amor e o serviço aos irmãos. É seguir a doutrina de amor que Cristo nos ensinou. O gesto de Jesus ao lavar os pés dos discípulos, os espantou. O Mestre lavando os nossos pés? Como pode ser isso? Mas Jesus realiza com este gesto uma lição de amor e de serviço: “Eu não vim ao mundo para ser servido, mas para servir! Vendo o espanto dos discípulos, nosso Senhor diz: “Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais”.Nesta missa, evocando este gesto de Jesus, doze pessoas são escolhidas para representar os apóstolos. São colocadas à vista de todos no presbitério e o presidente da celebração, usando um avental, pega uma toalha, derrama água e lava os pés de cada um dos representantes dos apóstolos. Depois os enxuga. Durante esta cerimônia o grupo de canto entoa alguns cantos tradicionais que evocam o momento em que o Mestre lava os pés de seus apóstolos. Nesses cantos é comum aparecer as seguintes palavras proferidas por Cristo: “Eis que eu vos dou um novo mandamento, deixo, ao partir, nova lei: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.A missa da Ceia do Senhor, além da instituição da Santa Eucaristia, nos transmite a mensagem do serviço mútuo. A lavagem dos pés dos discípulos simbolizou profundamente o ato supremo de Jesus de serviço amoroso a toda humanidade, a ponto de chegar ao sacrifício da sua própria vida em expiação dos nossos pecados. Nesse sentido, Cristo deseja que o sigamos até mesmo nas menores coisas, e também se necessário dar nossas vidas por sua causa.Ao final desta missa somos convidados a continuar em adoração a Jesus Eucarístico por um determinado tempo que, geralmente vai até a meia-noite. É o que chamamos de vigília eucarística. Ela tem por finalidade evocar a própria vigília de Cristo no jardim do Getsêmani, onde Jesus foi tomado de grande tristeza diante do sofrimento que passaria: “Ó Pai se for possível afaste de mim este cálice, mas que não se faça a minha vontade e sim a tua”. Lembremos aqui as palavras de Jesus que convida os três discípulos a vigiar e orar com Ele... Quando volta, encontra os três dormindo... Como?... “Não fostes capazes de vigiar comigo por uma hora!” (Mt 26, 38.40).
Que possamos fazer de nossa vida uma verdadeira Eucaristia

A Eucaristia nos faz Sacrário e Ostensório


Tenho notado há muito que, grande parte de nossos irmãos ainda não acordaram para a profunda realidade da graça que é receber Jesus na Eucaristia.
Vejo que muitas pessoas logo após comungarem O Corpo do Senhor, dirigem-se á capela do Santíssimo Sacramento e se prostram em adoração diante do Sacrário que muitas vezes se encontra vazio naquela ocasião. Dói-me na alma, ver tantos irmãos fitando o sacrário vazio, adorando com profunda devoção, completamente esquecidos de que ao receber Jesus Eucarístico, eles se tornam Sacrário vivo. Porque adorar a Jesus no vazio, se podemos adorá-lo dentro de nós, dentro de nossos corações. Jesus está em nós, dentro de nós, no Altar no nossos corações, somos o Seu sacrário ao comungar.
O Pior é que justamente este momento em que comungamos, é o ápice, o ponto alto da nossa intimidade com Jesus, onde nos aproximamos ao máximo do Senhor acaba sendo desperdiçado. É justamente neste momento que deveríamos pedir todas as curas, graças e bençãos de que necessitamos, neste momento deveríamos oferecer a Ele todas as nossas alegrias, louvores, toda a nossa família, toda a nossa vida, pois estamos intimamente conectados ao Senhor!
Infelizmente as pessoas só pedem, só adoram ao Jesus do Sacrário ou ao Jesus do Ostensório. Não precisamos esperar que o sacerdote passe em nosso meio, trazendo Jesus Eucarístico exposto no Ostensório, para render-lhe graças, para glorificá-lo, para implorar a cura, a libertação! Não! Nós precisamos adorá-lo primeiramente dentro de nossos corações.
Não devemos tocar a Jesus no Ostensório depois de tê-lo recebido em comunhão pois, Ele mesmo já nos tocou, Ele tocou nossas mãos, nossos lábios, nos tocou por dentro e por inteiro! É nesse toque interior que devemos buscar a cura, a libertação e deixar o toque no Ostensório para aqueles que não tiveram a graça de Receber Jesus em comunhão, para que também eles recebam o toque de Jesus!
O Momento da Comunhão é um momento de profunda intimidade com o Senhor, por isso é o melhor momento para adorá-Lo, é o momento em que nos tornamos sacrário vivo, nos tornamos Ostensório, Jesus está em nós! Nossa face expõe a face do Senhor para adoração!
Não quero dizer, que não devemos adorar Jesus Eucarístico no sacrário, ou exposto no Ostensório, mas que adoremos sempre, primeiramente Jesus que se faz presente em nós na Eucaristia, como alimento para nossa alma, para nossa salvação!
Jesus Sacramentado, o nosso Deus amado!

Adorar o Senhor no Santíssimo Sacramento



Em sua carta apostólica “Mane Nobiscum Domine”, o nosso querido Papa João Paulo II nos apresenta o dom da Eucaristia como um grande mistério. Mistério a ser celebrado de maneira digna; que deve ser adorado e contemplado. Queremos assim nos animar mutuamente a estarmos unidos à Santíssima Eucaristia também em seu culto fora da missa.
De um lado, sabemos que antes de tudo a Eucaristia é o sacrifício pascal de nosso Senhor; que é na missa onde se atualiza o mistério da vida, morte e ressurreição de Jesus. Daí a necessidade de celebrarmos com toda dignidade, não somente em decoro, mas em comunhão profunda com o mistério celebrado e com o corpo comunitário. Participar ativa e conscientemente do inesgotável dom de Cristo. Por outro lado, a Igreja nos anima a estarmos diante do tabernáculo do Senhor ‘perdendo o nosso tempo’: “A presença de Jesus no tabernáculo deve constituir como que um pólo de atração para um número sempre maior” de almas apaixonadas por ele, capazes de ficar longo tempo escutando a voz e quase que sentindo o palpitar do coração” (MND, n. 18, p. 20).
Infelizmente, não poucos têm colocado a adoração ao Santíssimo Sacramento como uma simples devoção dentre outras tantas. Ora, o Senhor é simples e pobre, pois quis ficar de forma perene entre nós. Todavia, adorar o Senhor em sua presença substancialmente real, é bem diferente de realizarmos uma simples novena. Assim vemos João Paulo II nos dizer: “É preciso, em particular, cultivar, quer na celebração da missa, quer no culto eucarístico fora da missa, a viva consciência da presença real de Cristo.” (MND, n.18, p. 19). A carta apostólica do santo padre ainda nos anima dizendo que a adoração eucarística fora da missa deve se tornar um empenho especial para cada comunidade paroquial e religiosa.
É por demais motivador encontrar homens com profundo conhecimento filosófico e teológico como João Paulo II que mergulham na presença escondida de Jesus em seu Santo Sacramento! É belo ouvir o Papa dizendo: “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com a nossa fé e o nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo” (MND, n.18, p. 20).
Ainda muito recentemente tivemos a Jornada Mundial da Juventude em Colônia, na Alemanha. O tema escolhido para esta Jornada de 2005 foi exatamente: “Viemos adorá-lo” (Mt 2,12). Tal escolha quis sugerir a justa atitude com a qual devemos viver este Ano Eucarístico (Cf. MND, n. 30, p. 35). E pudemos ver quão grande foi a expressão de amor dada pelos jovens naquela ocasião ao Senhor Eucarístico. Em Colônia, jovens de todas as nações, alegremente, deram um testemunho público da fé em Jesus Cristo que não nos quis deixar sozinho. Que força tem a Eucaristia! A exemplo dos magos, lá estavam os jovens a adorar o Senhor. E, sem dúvida, também como os magos muitos jovens, tendo adorado o Senhor, voltaram à sua pátria por outro caminho e com intenções contrárias àquelas que o mundo lhes tinha ensinado.
São tantos os jovens, os homens e mulheres que perdem literalmente a sua vida por prostrarem-se diante de mitos e ídolos criados por uma consciência racionalista. Em vez disso, devemos imitar o grande número de santos e santas que, na simplicidade, aprenderam a contemplar e adorar Jesus Eucarístico. “Estão diante dos nosso olhos os exemplos dos santos, que na Eucaristia encontraram o alimento para o seu caminho de perfeição. Quantas vezes eles verteram lágrimas de comoção na experiência de tão grande mistério e viveram indizíveis horas de alegria ‘esponsal’ diante do Sacramento do altar”. (MND, n.31, p. 36).
Prostrando-nos diante da Eucaristia, aprenderemos de maneira certa o que significa comunhão, cultura do diálogo, vida solidária, serviço aos mais necessitados e respeito à dignidade humana. Graças à iniciativa do Senhor que quis permanecer conosco podemos aprender dele as melhores lições. A busca incessante de muitos homens de hoje em responder às suas grandes perguntas não pode ser desvinculada da fé que nos faz prostrar diante de Jesus simples.
Deus, que nos deu o seu amor para que o amemos – como diz santa Teresinha do Menino Jesus – nos conceda a graça de estarmos todos os dias em sua presença, em escuta e adoração.

Jesus Eucarístico: Sol que ilumina a nossa alma

Jesus Sacramentado é o alimento que sustenta as almas devotas, e que O recebe dignamente: “Oh! se pudéssemos compreender quem é o Deus que recebemos na Comunhão, que pureza de coração nós guardaríamos” (Santa Maria Madalena de Pazzi).
Sem a Santíssima Eucaristia, a nossa alma seria um deserto árido, castigado pela tempestade das tentações e sem receber nenhum consolo.
A alma devota de Jesus Eucarístico é feliz, porque possui a Nosso Senhor, Riqueza Infinita; ela possui dentre os tesouros, o mais precioso, e pode realmente alegrar-se, porque vive mergulhada no Amor dos amores, no Amor que a inunda de força e paz.
Ele é o consolo dos aflitos e atribulados, é a coluna que sustenta os desanimados, é a luz que ilumina o caminho daqueles que estão sedentos da verdade; Ele é também o incentivo para aqueles que são bons e que desejam chegar o mais rápido possível à santidade.
A alma devota de Jesus Sacramentado, não busca o consolo dos homens, porque já possui o Deus Consolador. Ela não busca as falsas alegrias que o mundo oferece, porque já possui a Deus, Alegria Infinita. A alma unida a Nosso Senhor, sorri do barulho e das vaidades do mundo, ela trata tudo como lixo, porque possui a verdadeira paz, que vale mais do que todas as riquezas da terra.
A alma que comunga com freqüência, se assemelha a uma rocha diante das tempestades; ela é açoitada por fortes ventos das tentações e perseguições, mas não se move; enquanto que a alma que não recebe Nosso Senhor na Eucaristia, se assemelha a um caniço que balança de um lado para o outro, e está sempre a se arrastar pela lama do mundo.
Para uma alma unida a Jesus Eucarístico é sempre primavera, mesmo no verão das provações, ela continua florindo e espalhando o seu perfume de santidade.
A alma que não recebe Jesus Sacramentado, vive nas trevas, da mesma forma que o mundo sem o sol, viveria mergulhado na escuridão.
O cervo sedento corre ao encontro das águas cristalinas do riacho para matar a sua sede, enquanto que a alma sedenta, vai ao encontro de Jesus Sacramentado para saciar a sua sede de amor e paz.
Quem ama verdadeiramente a Nosso Senhor, nunca Lhe diz basta; pelo contrário, deseja ardentemente viver para Ele, com Ele e n’Ele, e o limite do seu amor é justamente o de amá-lO sem limite.
A alma que trata com indiferença a Jesus Eucarístico, para seguir as máximas do mundo e buscar consolo no seu barulho, é uma alma adúltera, que trocou o seu Esposo Celeste pelo seu inimigo. Essa alma jamais sentirá a paz que vem de Deus, porque Ele não aceita um coração dividido.
A Santíssima Eucaristia é o Sol que ilumina a nossa alma.

Pe. Divino Antônio Lopes FP.